O PSB frustrou a primeira tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tornar "plebiscitária" a eleição presidencial de 2010. Mas nenhuma possibilidade foi fechada no jantar que reuniu os socialistas, o PT e o presidente na noite de anteontem, no Palácio da Alvorada, inclusive a de o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) concorrer ao governo de São Paulo com o apoio do PT. Os dirigentes do partido, no entanto, disseram a Lula que preferem ter Ciro como candidato a presidente da República. A eventual candidatura da ministra Marina Silva, pelo PV, permeou todas as conversas no Alvorada.
A decisão sobre a proposta de Lula - Ciro concorrer ao governo de São Paulo para o campo governista enfrentar o PSDB com apenas um candidato - será tomada até o dia 15 de janeiro. Mas isso não significa necessariamente a retirada da candidatura de Ciro Gomes, segundo explicou ao Valor um dos participantes do jantar.
"A prioridade do candidato único é de Lula; a nossa continua sendo a candidatura própria", disse esse dirigente, sob a condição de não ser identificado. Segundo ele, Lula quer que o seu governo seja debatido, nas eleições. "Ele acha que seus mandatos batem qualquer outro que o país já teve". Mas a comparação que Lula quer fazer é com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, porque acredita que o candidato do PSDB - logo, de FHC - será José Serra, ex-ministro do governo tucano nos ministérios do Planejamento e da Saúde.
O outro assunto dominante à mesa foi a eventual candidatura da ministra Marina Silva pelo Partido Verde. Os comensais avaliaram que em eventual segundo turno Marina ficaria com o candidato de Lula, ou seja, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, com a qual, aliás, ele teve atritos quando era ministra do Meio Ambiente. Mas a avaliação que predominou é que, embora Marina guarde suas mágoas, ela não saiu do governo com a raiva com que saiu o ex- ministro Cristovam Buarque (demitido por telefone) e nem rompida com ninguém
Um dirigente do PSB contou uma conversa que Marina teve com uma amiga comum. Nessa conversa, Marina teria dito que José Serra nada tem a ver com sua candidatura. Ela disse à amiga que tem "um projeto a defender". Marina foi descrita como uma pessoa muito religiosa, com alto grau de misticismo e convencida de que está impregnada por uma missão. Lula não disse, mas já articula para que Marina não deixe o PT para ser candidata a presidente pelo PV.
O jantar demorou cerca de três horas. O PT - representado por Ricardo Berzoini (SP) e José Eduardo Cardozo (SP), presidente e secretário-geral, respectivamente -informou que se curvaria à decisão de Lula de indicar Ciro ao governo paulista.
"Para nós, quanto mais candidatos do nosso campo político disputarem, maiores as chances de vitória", declarou o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Lula e o PT defenderam a unidade da coalizão governista já no primeiro turno, em torno da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. Eduardo Campos concorda que o surgimento de outras candidaturas - além de Ciro, a senadora Marina Silva também tende a ser tornar candidata pelo PV - faz com que a eleição de 2010 deixe de ser plebiscitária e, fatalmente, force um segundo turno. "Para os planos do governo de vencer a disputa em primeiro turno, isto é um atrapalho enorme", concordou.
Eduardo Campos deixou claro que Lula foi extremamente elegante e respeitoso diante da posição do PSB. O presidente voltou a demonstrar todo o apreço que tem por Ciro, "a quem considerou um amigo fraterno e leal, sobretudo durante o período em que foi ministro da Integração Nacional". O governador de Pernambuco negou que a possibilidade de Marina tornar-se candidata fortaleça a manutenção da candidatura Ciro. "Vamos deixar uma coisa bem clara: o PSB e Ciro têm este projeto nacional muito antes deste movimento de Marina e do PV. Além disso, neste momento, quem articula a candidatura de Ciro ao governo de São Paulo é apenas o diretório estadual do partido".
Sobre a candidatura de Marina Silva, Campos foi cauteloso. Falou da admiração que sente pela senadora, mas disse que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação. "Primeiro, precisamos saber se, de fato, ela deixará o PT para filiar-se ao PV; depois, precisamos esperar para confirmar se ela será ou não candidata; por fim, precisamos ver a dimensão e expressão desta candidatura". Mas Berzoini confidenciou a dirigentes do PSB que ele já considera Marina fora do PT. A principal dúvida, no PT e no PSB, é o discurso de Marina. A senadora é crítica da política econômica do governo Lula, por exemplo.
A decisão sobre a proposta de Lula - Ciro concorrer ao governo de São Paulo para o campo governista enfrentar o PSDB com apenas um candidato - será tomada até o dia 15 de janeiro. Mas isso não significa necessariamente a retirada da candidatura de Ciro Gomes, segundo explicou ao Valor um dos participantes do jantar.
"A prioridade do candidato único é de Lula; a nossa continua sendo a candidatura própria", disse esse dirigente, sob a condição de não ser identificado. Segundo ele, Lula quer que o seu governo seja debatido, nas eleições. "Ele acha que seus mandatos batem qualquer outro que o país já teve". Mas a comparação que Lula quer fazer é com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, porque acredita que o candidato do PSDB - logo, de FHC - será José Serra, ex-ministro do governo tucano nos ministérios do Planejamento e da Saúde.
O outro assunto dominante à mesa foi a eventual candidatura da ministra Marina Silva pelo Partido Verde. Os comensais avaliaram que em eventual segundo turno Marina ficaria com o candidato de Lula, ou seja, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, com a qual, aliás, ele teve atritos quando era ministra do Meio Ambiente. Mas a avaliação que predominou é que, embora Marina guarde suas mágoas, ela não saiu do governo com a raiva com que saiu o ex- ministro Cristovam Buarque (demitido por telefone) e nem rompida com ninguém
Um dirigente do PSB contou uma conversa que Marina teve com uma amiga comum. Nessa conversa, Marina teria dito que José Serra nada tem a ver com sua candidatura. Ela disse à amiga que tem "um projeto a defender". Marina foi descrita como uma pessoa muito religiosa, com alto grau de misticismo e convencida de que está impregnada por uma missão. Lula não disse, mas já articula para que Marina não deixe o PT para ser candidata a presidente pelo PV.
O jantar demorou cerca de três horas. O PT - representado por Ricardo Berzoini (SP) e José Eduardo Cardozo (SP), presidente e secretário-geral, respectivamente -informou que se curvaria à decisão de Lula de indicar Ciro ao governo paulista.
"Para nós, quanto mais candidatos do nosso campo político disputarem, maiores as chances de vitória", declarou o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Lula e o PT defenderam a unidade da coalizão governista já no primeiro turno, em torno da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. Eduardo Campos concorda que o surgimento de outras candidaturas - além de Ciro, a senadora Marina Silva também tende a ser tornar candidata pelo PV - faz com que a eleição de 2010 deixe de ser plebiscitária e, fatalmente, force um segundo turno. "Para os planos do governo de vencer a disputa em primeiro turno, isto é um atrapalho enorme", concordou.
Eduardo Campos deixou claro que Lula foi extremamente elegante e respeitoso diante da posição do PSB. O presidente voltou a demonstrar todo o apreço que tem por Ciro, "a quem considerou um amigo fraterno e leal, sobretudo durante o período em que foi ministro da Integração Nacional". O governador de Pernambuco negou que a possibilidade de Marina tornar-se candidata fortaleça a manutenção da candidatura Ciro. "Vamos deixar uma coisa bem clara: o PSB e Ciro têm este projeto nacional muito antes deste movimento de Marina e do PV. Além disso, neste momento, quem articula a candidatura de Ciro ao governo de São Paulo é apenas o diretório estadual do partido".
Sobre a candidatura de Marina Silva, Campos foi cauteloso. Falou da admiração que sente pela senadora, mas disse que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação. "Primeiro, precisamos saber se, de fato, ela deixará o PT para filiar-se ao PV; depois, precisamos esperar para confirmar se ela será ou não candidata; por fim, precisamos ver a dimensão e expressão desta candidatura". Mas Berzoini confidenciou a dirigentes do PSB que ele já considera Marina fora do PT. A principal dúvida, no PT e no PSB, é o discurso de Marina. A senadora é crítica da política econômica do governo Lula, por exemplo.
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