Além de ter a representação contra Virgílio arquivada no Conselho de Ética, tucanos comemoram a clara falta de sintonia entre PT e PMDB
Os tucanos nunca foram tão felizes. A pisada no freio que eles deram no plenário há dois dias no sentido de estancar a crise serviu a vários objetivos. Além do presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque, mandar para o arquivo a representação do PMDB contra Arthur Virgílio (AM), os integrantes do PSDB conquistaram outro terreno, para eles, mais relevante do ponto de vista político rumo a 2010: a exposição da falta de sintonia entre PT e PMDB, a ponto de levar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), à Granja do Torto para um encontro fechado com o presidente Lula. A sós, discutiram as dificuldades que o PT tem criado ao insistir que se abra investigação contra Sarney no Conselho de Ética. A conversa funcionou, mas não na medida desejada pelo peemedebista.
Ontem no fim da tarde, o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), deixou claro pela primeira vez que seu partido não pretende votar pelo afastamento de Sarney da Presidência do Senado, se, por hipótese, houver um desarquivamento dos processos. Mercadante afirmou ainda que cada petista, no Conselho de Ética, votará de acordo com a consciência. Ou seja: basta um não acolher os recursos pelo desarquivamento das representações contra o presidente do Senado para que as labaredas sobre Sarney se transformem em cinzas.
“Defendemos o afastamento de Sarney, mas esse deve ser um ato voluntário, por decisão dele. Nós não mudamos a nossa posição. Somos pau de goiabeira (que não verga)”, disse Mercadante, dando a senha de que manterá Sarney no cargo. A afirmação de Mercadante está no mesmo tom que a do presidente do PT, Ricardo Berzoini, anunciada em primeira mão ao Correio na semana passada. Mas, ainda assim, o presidente do Senado está preocupado. Considera o discurso deslealdade dos petistas.
Os tucanos, ao perceberem que a relação entre PT e PMDB estará ameaçada independentemente do que ocorra daqui para frente, jogam nas duas pontas: Na direita, baixam o tom no plenário. Na esquerda, mantêm o discurso contra José Sarney. Ontem, correram para apoiar os estudantes que invadiram a Casa e foram expulsos porque queriam fazer uma manifestação nas galerias do plenário. Hoje, prometem participar do ato pela ética no Senado, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Entendimento
Logo em seguida à notícia de que a representação contra Arthur Virgílio seria arquivada, o PMDB avisou que recorreria da decisão de Duque. A iniciativa segue o exemplo da oposição, que pediu o desarquivamento das 11 ações contra Sarney. Os partidos fazem isso como um roteiro do entendimento. A ideia é engavetar de vez os recursos contra os arquivamentos das ações na semana que vem. Os primeiros a serem votados no conselho serão os referentes ao senador Sarney. São 11 representações apresentadas pelo PSDB e pelo PSol contra o presidente do Senado. Se for confirmado o engavetamento de todas, a representação contra Virgílio também se manterá arquivada. São necessários os votos de oito dos 15 conselheiros para que os pedidos não andem.
Críticos contidos à força
Um grupo de manifestantes do PSol teve a faixa com os dizeres “Fora Sarney e todos os corruptos” confiscada pela Polícia Legislativa do Senado e depois devolvida. Os integrantes tentaram fazer o protesto em área restrita, próxima às cúpulas da Câmara e do Senado. Impedido pela segurança, o grupo se concentrou entre o prédio do Congresso e o Anexo IV da Câmara. O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) criticou a ação. “O direito à manifestação é livre. Recebi um abraço caloroso de um segurança terceirizado. É excesso de zelo em torno de um patrimônio, mas não há o mesmo zelo em relação à postura ética”, afirmou. “Fomos espancados com socos, cacetetes e armas que dão choque”, denunciou o presidente do PSol no DF, Antonio Carlos.
AÍ SENADORES DO PT... QUE ACORDARAM TARDE. ERA TUDO OS QUE "ELES" QUERIAM
ResponderExcluirMERCADANTE: COMO DISSE AZEREDO "QUEM MANDOU NÃO VIR TRABALHAR?"
DEM pede imagens do circuito interno da Casa Civil para apurar encontro entre Lina e Dilma
Claudia Andrade
Do UOL Notícias
13/08/2009 - 12h32
Em Brasília
O líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), quer obter da Casa Civil as imagens gravadas pelo circuito interno de TV e ao controle de entrada e saída de carros durante os meses de novembro e dezembro do ano passado.
O objetivo é tentar comprovar se a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira esteve ou não na Casa Civil para se encontrar com a ministra Dilma Rousseff.
Nos últimos dias, a ex-secretária e a ministra têm dado versões diferentes sobre o encontro.
Na edição desta quinta-feira da Folha, a chefe de gabinete do secretário da Receita Federal, Iraneth Dias Weiler, confirma a versão de Lina.