Para agradar os patrões da direita, Marina critica presidente

Mariana já apredeu rapidinho o discurso da direita, e começa a colocar em pratica.A senadora Marina Silva (AC), provável candidata do PV à Presidência da República, divulgou ontem o primeiro esboço do que deve ser sua plataforma de governo na área ambiental. Ao lado do vice-presidente do partido, vereador Alfredo Sirkis (RJ), Marina falou de propostas elaboradas pelo núcleo composto no PV para reformular o partido e defendeu metas para a redução do desmatamento, da emissão de carbono e alternativas para a matriz energética do país. No domingo, dia 27, o partido planeja um grande ato no Rio de Janeiro para divulgar as propostas coordenadas pela ex-ministra do Meio Ambiente.

Antes de falar sobre projetos, Marina criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 64ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em uma apresentação de suas propostas, seguida por entrevista coletiva convocada na manhã de ontem no Senado, Marina disse que "havia uma expectativa muito grande" sobre a participação de Lula na Assembleia, para que o presidente "assumisse metas" de combate à poluição. "Infelizmente acho que perdemos uma boa oportunidade na reunião das Nações Unidas, onde faltou foco do nosso presidente sobre a questão do clima", afirmou ontem. Para Marina, atuação do presidente Lula foi "frustrante".

A senadora citou os discursos feitos pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e dos Estados Unidos, Barack Obama, em defesa de ações de "responsabilidade em relação ao planeta", como exemplos que poderiam ter sido seguidos pelo presidente Lula. A ex-ministra destacou que o Brasil conseguiu se diferenciar no cenário internacional sobre o desmatamento de florestas, devido a ações realizadas na época em que ela comandava o Ministério do Meio Ambiente, como o Plano de Combate ao Desmatamento, mas Lula não divulgou essas medidas.

O vice-presidente do partido seguiu as críticas ao governo na Assembleia das Nações Unidas. "Perdeu-se a oportunidade de o Brasil liderar esse processo. Temos condição de fazer isso", comentou Sirkis. "Mas o presidente Lula decidiu focar no problema em Honduras", disse.

Depois das ressalvas feitas à atuação do presidente Lula, Marina e o vice-presidente do PV disseram que o partido está buscando "manter o contato com a sociedade, com empresários, cientistas" e divulgaram pontos que devem compor um eventual programa de governo. Para o PV, o Brasil deve assumir metas oficiais de combate à emissão de carbono e ao desmatamento e essas metas devem ser fixadas junto a diferentes setores da economia, como o industrial, a agropecuária, o setor energético e o de transporte. outro ponto divulgado ontem é que o partido cobrará que os países "historicamente responsáveis pela poluição" devem bancar 70% do financiamento de projetos pela redução da emissão de gases de efito estufa.

Marina defendeu que o Brasil chegue com metas estabelecidas na Conferência de Copenhagen , em dezembro. Até lá, o partido pretende fazer uma série de "mobilizações populares" para debater o tema. E promover a eventual candidatura de Marina Silva. O primeiro grande evento será no domingo, no Rio de Janeiro. Filiados ao PV e simpatizantes deverão percorrer as ruas do Leblon até o Leme. Marina deverá circular entre o povo, e um carro de som comandará a manifestação. Na próxima semana deve haver uma nova manifestação no Rio e em outubro o PV planeja um grande ato em São Paulo, na avenida Paulista.

A pré-candidata do PV divulgou ontem o documento "O Brasil e o Desafio do Clima", com propostas que devem basear as discussões sobre a conferência.Entre os itens está uma crítica ao pré-sal, uma das principais bandeiras do governo Lula. "O pré-sal, da maneira como está sendo colocado, pode levar o Brasil para a contramão dos esforços no combate ao aquecimento global, anulando inclusive o papel que o etanol tem representado no setor de transportes".

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