Berzoini informou que Amorim ficará vinculado ao Diretório do PT de Teresópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro, onde tem domicílio eleitoral. Por enquanto, de acordo com o presidente do PT, o ministro não pretende se candidatar a nada. E, se pensar em fazê-lo, conversará com a direção do PT sobre seu futuro e qual cadeira deve pleitear.
Enquanto permaneceu no PMDB, Amorim não teve atividades partidárias. De acordo com explicação de Berzoini, o ministro lhe disse que entrou para o PMDB por causa de Ulysses Guimarães (SP), deputado que teve importância fundamental no processo de redemocratização do País.
Em partidos diferentes agora, Amorim e Meirelles têm um ponto em comum. São, ao lado do general Jorge Armando Félix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, os únicos que permanecem nos mesmos cargos desde a primeira posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em primeiro de janeiro de 2003.
Amorim havia sido ministro das Relações Exteriores na gestão de Itamar Franco (1992-1994), depois de passar pela Secretaria-Geral do Itamaraty. Iniciou sua carreira diplomática como terceiro-secretário, em 1965. No governo de Ernesto Geisel (1974-1979) foi assessor do então ministro Azeredo da Silveira; no de João Figueiredo (1979-1985) foi diretor-geral da Empresa Brasileira de Cinema (Embrafilme).
Como ocorreu com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Amorim também teve o currículo alterado na internet, com o registro de conclusão de cursos que não havia feito. No caso do chanceler, ele jamais teve o título de doutor em Ciências Políticas e Econômicas pela London School of Economics.
A filiação de Amorim recebeu críticas do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG). "Estranho é a filiação se dar no momento em que há uma correria para a mudança de partido por parte dos que pretendem ser candidatos a algum cargo no ano que vem", disse Azeredo. "Se ele não tivesse essa intenção, não precisaria fazer nada agora. Isso pode atrapalhar a condução de nossa política externa."
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