Banqueiros miram investimentos bilionários no Brasil

O País deve receber fortes investimentos em praticamente todas as áreas em que bancos de investimento brasileiros atuam: fusões e aquisições, mercado acionário, renda fixa e private equity (fundos que compram partes de empresas). De acordo com relatos colhidos pelo Estado, há até quem diga que não vai demorar muito para que o Brasil volte a emitir papéis de dívida em reais, tipo de operação que a crise global secou. Se a percepção de que o País vai receber uma enxurrada de capitais se confirmar, a dor de cabeça do governo com a valorização do real vai se tornar uma enxaqueca permanente.

Nesta semana, várias autoridades, como o ministro Guido Mantega, manifestaram preocupação com a alta da moeda brasileira. O real já ganhou 34% ante o dólar em 2009. Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou a R$ 1,737, menor valor do ano. No sentido contrário, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) acumula valorização de 70,6% no ano.

Segundo os banqueiros, os setores da economia preferidos dos estrangeiros são os voltados ao mercado interno, como varejo e bancos, o de infraestrutura e o de energia (petróleo e gás). "Estou há 14 anos no mercado e nunca vi nada parecido", diz a copresidente do banco de investimentos do JP Morgan no Brasil, Patrícia Moraes.

Uma das principais diferenças que ela vê hoje em relação ao passado é o fato de os ativos brasileiros estarem sendo disputados por fundos globais de investimentos, não apenas pelos fundos destinados exclusivamente a mercados emergentes. "Isso é positivo para o País porque esses investidores são bem menos preocupados com o curto prazo."

O vice-presidente executivo do Itaú BBA, Jean-Marc Etlin, atribui o otimismo com o Brasil a três fatores. O primeiro é a força do mercado interno, que deixa o País menos suscetível ao vaivém da ainda combalida economia global. O segundo é o fato de o Brasil ser "uma fábrica de recursos naturais". "À medida que os países desenvolvidos saírem da recessão, vão demandar mais desses produtos, o que fará os preços subirem", afirmou. Por fim, Etlin acrescentou os investimentos esperados com Jogos Olímpicos, Copa do Mundo e exploração do pré-sal (apesar, ressalta, das incógnitas que cercam o negócio). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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