JPMorgan amplia atuação no país

O americano JPMorgan acaba de inaugurar no Brasil um sistema local de gestão de caixa para empresas clientes, que pode se conectar com as plataformas do banco no mundo todo. Com o novo serviço, o banco pretende ampliar o número de empresas com os quais trabalha no Brasil. O novo foco são todas as multinacionais presentes no país e empresas brasileiras com faturamento de US$ 500 milhões ou mais, em comparação com US$ 1 bilhão exigidos anteriormente.

O lançamento é parte de estratégia global do banco, que abriu áreas semelhante na China, Índia e Coréia do Sul e investiu US$ 3,2 bilhões na expansão da área chamada de "treasury & security services", informa Leonardo Lima, diretor-executivo do JPMorgan. O Brasil foi o primeiro país na América Latina a ter o produto, conta ele. O próximo será o México, seguido de Chile, Argentina, Colômbia, Peru, Costa Rica e Panamá.

"O JPMorgan foi um dos menos afetados pela crise e tem aproveitado o reconhecimento de sua marca para crescer", diz o executivo. Segundo Lima, "as diversas fusões de bancos importantes no atacado no Brasil abrem um espaço para nós, que precisa ser aproveitado."

Há dois anos no banco, o executivo veio do Citigroup justamente para criar essa nova área no JPMorgan do Brasil e na América Latina, que hoje já emprega aproximadamente 70 pessoas.

A plataforma inclui os clássicos serviços de cobrança, pagamento a fornecedores e gestão de liquidez e caixa, além de investimentos de mais curto prazo para os clientes. "Criamos produtos específicos para o Brasil, como o boleto bancário, que ficam integrados com os nossos produtos globais", diz Lima.

Por meio do banco eletrônico via internet, chamado JPMorgan Access, os clientes poderão acessar suas contas no Brasil e nos 50 países nos quais o banco atua de qualquer lugar do mundo, conta ele. Todo o serviço de atendimento ao brasileiro será feito em português, destaca.

A área de "treasury & secutiry services" inclui ainda todo o tipo de empréstimo vinculado ao comércio exterior de mais curto prazo, fiança bancária, carta de crédito, adiantamento de contrato de câmbio, adiantamento sobre cambiais entregues e pré-pagamentos à exportação. "Geralmente empréstimos de vencimento em até três anos ficam com a gente e os pré-pagamentos mais estruturados vão para outras áreas do banco", diz.

Lima também trabalha em conjunto com o banco de investimento do JPMorgan: o lançamento de ADR (American Depositary Receipt), as ações de empresas brasileiras emitidas na Bolsa de Valores de Nova York, são feitas sob sua coordenação. A abertura das chamadas "escrow accounts" - contas segregadas para receber o pagamento de dívidas no nome dos credores - muito usadas em financiamentos de projetos, também ficam sob os cuidados de Lima, além de todo o investimento externo feito no país em ações ou renda fixa (que são regidos pela chamada circular 2689), informa o executivo. "Temos cerca de 17% desse mercado de investimento externo estrangeiro de portfólio no país", diz ele. "Nos meus mais de 20 anos de mercado, eu nunca vi tanto interesse no investidor externo no país", afirmou o executivo, que acaba de chegar de visita aos clientes no exterior.

Além de todos os setores de cobertura, a área sob os cuidados de Lima cuida também de uma empresa de logística de exportação adquirida pelo JPMorgan no início dos anos 90 e que vai ser integrada na prestação de serviços para os exportadores.

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