Serra diz não ser "semeador da discórdia e do ressentimento"

O governador de São Paulo, José Serra, que ficou com o caminho livre no PSDB para disputar a Presidência da República depois da desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, divulgou nota ontem em tom crítico ao seu ex-concorrente dentro da legenda. Na carta de anúncio da saída da disputa, Aécio disse defender um "projeto mais amplo" com a participação de outros partidos fora do espectro atual de alianças dos tucanos e alertou para o risco do "confronto plebiscitário" e da "tentativa de dividir o país ao meio".

Serra, na nota, descartou que o PSDB tenha escolhido tal caminho. "Não somos semeadores da discórdia, do ressentimento. Nem estimuladores de disputas de brasileiros contra brasileiros, de classe contra classes, de moradores de uma região contra moradores de outra região. Trabalhamos, ambos, sempre, pela soma, não pela divisão. Somos brasileiros que apostam na construção e não no conflito", afirmou. Ontem, após participar de entrega de prêmio na Secretaria Fazenda, Serra não quis falar com a imprensa sobre a decisão de Aécio.

Na nota, entretanto, o governador de São Paulo não deixa de elogiar a atitude de Aécio. Diz que seu ex-concorrente tem "todas as condições para ser o candidato" do PSDB e ressalta a sua "grandeza e desprendimento". O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou a desistência de Aécio como "generosa compreensão do momento político". FHC, em nota, afirmou que Aécio tem qualidades para assumir o cargo de presidente, mas destacou a sua "disposição para colaborar, com afinco e lealdade com o PSDB, para preparar o caminho que nos levará à vitória em 2010". Disse ainda que Minas Gerais é "crucial para a construção de um Brasil melhor".

A bancada estadual tucana de São Paulo disse ter visto o gesto de Aécio como estímulo à união do PSDB. Por outro lado, a decisão de Aécio coloca Serra como único nome da oposição na disputa presidencial. Serra, porém, quer protelar o anúncio de sua candidatura.

O deputado federal José Aníbal (SP) aposta que Serra manterá o discurso atual: "Ele seguirá seu trabalho como governador de São Paulo, dizendo estar empenhado apenas nisso. Só o PT tem interesse em adiantar esse debate".

Para o secretário-geral do PSDB de São Paulo, Antonio Cesar Gontijo de Abreu, o trabalho agora será convencer Aécio a ser vice de Serra. "Aécio pretende fazer Anastasia seu sucessor no governo mineiro. A melhor forma de dar visibilidade a esse projeto é se ele for o vice de Serra".

O ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), disse que, até o momento, seu partido caminha aliado ao PSDB para as eleições do ano que vem. Maia avaliou a decisão do governador Aécio como "inevitável". "Quando Aécio sentiu que no inicio de janeiro nada ocorreria, antecipou a decisão para mergulhar em Minas", disse.

4 comentários:

  1. Serra, na nota,(...)"Não somos semeadores da discórdia, do ressentimento. Nem estimuladores de disputas de brasileiros contra brasileiros, de classe contra classes, de moradores de uma região contra moradores de outra região. Trabalhamos, ambos, sempre, pela soma, não pela divisão. Somos brasileiros que apostam na construção e não no conflito"

    É um cínico!!!

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  2. hahahaha... É só o que o Serra é: semeador de discórdia.

    João Dantas

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  3. Este é o verdadeiro, da o tapa e esconde a mão, ou melhor coloca a mão no bolso.

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  4. Uma sugestão de como a comunicação é importante para a democracia.http://cloacanews.blogspot.com/2009/12/cine-cloaca-sem-cortes.html

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