Os aliados do governador José Roberto Arruda querem agora o comando absoluto da CPI que investiga o esquema de cobrança de propinas de empresários e o pagamento de mesadas a políticos.
Ontem, foi substituído o presidente da CPI. O atual, deputado Alírio Neto (PPS) — que, embora seja aliado Arruda e ex-secretário do seu governo, vinha sendo pressionado pela direção nacional do PPS a manter uma posição de neutralidade na apuração do escândalo — foi obrigado a entregar a função.
Para a vaga, o PMDB indicou o deputado Geraldo Naves, do DEM. Os três deputados do próprio PMDB são citados no inquérito da Polícia Federal que investiga o esquema de corrupção no DF.
Hoje, às 15h, os aliados de Arruda devem eleger o substituto de Leonardo Prudente, o deputado da meia, na Presidência da Câmara Legislativa.
Prudente foi forçado a renunciar dentro da mesma estratégia de pôr na função um deputado ligado ao governador, e para evitar que o petista Cabo Patrício continuasse interinamente no comando da Casa.
Dois nomes da base de Arruda e um da oposição (sem chance de vitória) disputavam ontem a presidência. O vencedor da eleição vai tirar do cargo o presidente interino, Cabo Patrício, do PT. O deputado Wilson Lima (PR), é o preferido de Arruda, e foi escolhido por um grupo de aliados do governador, semana passada, em encontro com o próprio Arruda.
Mas Eliana Pedrosa (DEM) resolveu entrar no páreo. A ideia da base é escolher um candidato de consenso antes da eleição.
Mesmo sem chance de vitória, por ser minoria, o PT lançará candidato.
Geraldo Naves, o novo comandante da CPI, é suplente, amigo de Arruda e estava exercendo a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Com sua ida para a CPI, o DEM terá dois deputados na comissão — a outra é Eliana Pedrosa, também candidata à presidência da Casa.
Um dia depois de adiar seu depoimento, o ex-secretário do GDF e autor das denúncias, Durval Barbosa, sugeriu que os distritais se organizem primeiro antes de marcar nova data. Segundo ele, a “Casa é apoteoticamente desorganizada político e administrativamente”, e precisa estar disposta a ver brotar a verdade. A advogada de Durval, Margareth Maria de Almeida, justificou: — Durval não pode ser colocado no fogo cruzado. A Câmara está desorganizada, está uma bagunça. Quando a CPI estiver organizadinha, ele vai colaborar.
Fábio Simão, ex-chefe de gabinete de Arruda, contestou a decisão do Tribunal de Contas do DF que o obriga a devolver R$ 663 mil repassados à Federação Brasiliense de Futebol, que ele preside: — Do ponto de vista pessoal, a decisão não me atinge, porque eu não era presidente em 2003. Mas não houve nenhum desvio.
O que falta para depor esse governador?
ResponderExcluirO que falta para extinguir essa camara legislativa, que nasceu para garantir contratos de empresas de parentes e aliados políticos, entre outras "coisas" que agora começam transparecer. Outro dia o ex-presidente casa falou " vou continuar tenho que cumprir o meu dever constitucional", será esqueceram de colocar na constituição que é preciso ter vergonha na cara, ser honesto , ter reputação ilibada e...