José Serra tenta ganhar votos na periferia apelando para seu lado "pobre"

Em maratona de inaugurações na capital paulista, o governador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, destacou ontem sua origem "pobre" em discurso na periferia de São Paulo e prometeu empregos e escola profissionalizante.

No primeiro evento do dia, Serra inaugurou as novas pistas da Marginal do Tietê, uma vitrine da sua gestão, com custo de R$ 1,3 bilhão - as obras ainda seguem na via (leia texto ao lado).

Ao discursar, Serra responsabilizou o governo federal pelo desemprego no Estado. "Estava vendo estatísticas do desemprego no Brasil. São Paulo continua sendo um dos Estados com desemprego mais alto na região metropolitana. A principal causa é o setor industrial e ele não tem nada a ver com políticas estaduais, mas com políticas nacionais."

Depois, o tucano afirmou que obras do seu governo ajudaram a conter o problema. "Fico me perguntando a quanto teria ido esse desemprego se não houvesse obras do governo do Estado."

O evento teve palanque lotado. Parlamentares, secretários e aliados, como o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), apareceram em peso para elogiar o governador, chamado de "grande comandante" e "homem de coragem e arrojo".

À tarde, Serra discursou para moradores de uma favela que está sendo urbanizada e que participaram da cerimônia de entrega da primeira fase de um parque na várzea do Rio Tietê, na zona leste da capital.

"Essa obra que está acontecendo aqui vai trazer muito emprego, de Mauá a Guarulhos. É uma nova frente de expansão de empregos que aparece em São Paulo", afirmou Serra. Ele se referiu a intervenções viárias que transformarão a região em rota entre o interior paulista e o litoral.

Serra prometeu ainda no evento a construção de uma escola técnica no bairro para qualificar jovens para o mercado de trabalho. O anúncio foi feito após o pedido de um morador. "Estejam certos de que aqui será feita uma escola técnica", garantiu.

Do palanque, Serra falou ao público da sua origem pobre, dos estudos em escola pública e da chegada à universidade por "sorte". "Vou dizer uma coisa. Sou de família pobre. Vim de baixo, de muito baixo. Tive sorte por ser filho único. Meu pai pôde me manter estudando, em escola pública. Não fui trabalhar logo que terminei o que hoje corresponde ao ensino fundamental. Pude fazer o médio e depois a faculdade", disse. "Quero que isso aconteça com nossos jovens."

Substituto. Serra, que deixará o governo na quarta-feira, aproveitou o evento na Marginal para apresentar o seu substituto. "Quero saudar o vice-governador, Alberto Goldman, que logo logo vai assumir o governo", disse. Em uma crítica sem mencionar destinatários, Serra disse que não persegue a política "por causa do ornamento, do prestígio". "Não estou na vida pública para atender compadres."

Em uma das últimas inaugurações como governador, Serra até brincou com equipes de programas humorísticos, como o Pânico e o CQC. O primeiro levou um de seus apresentadores caracterizado de Dilma Rousseff. Já o CQC deu a Serra um estojo de maquiagem para usar, se preciso, em alguma obra inacabada.

Hoje a maratona de inaugurações continua com a entrega de obras do Complexo Anhanguera, de três estações de trem e de composições para o metrô.

Um comentário:

  1. O interessante July, é que a Justiça Eleitoral só se interessa quando se trata das inaugurações feitas pelo Presidente Lula, que nem é candidato. Penso que o Partido dos Trabalhadores deveria representar diuturnamente contra o Serra por propaganda antecipada.

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