O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, confirmou nesta terça-feira (25) ter oferecido ao pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, o apoio da legenda e consequentemente o tempo de cerca de 50 segundos no programa eleitoral obrigatório a ser exibido na televisão. A formalização do apoio, que conta com o aval de 75% dos petebistas, será feita em convenção nacional no próximo dia 18, em São Paulo. No entanto, a bancada federal do partido já declara que deve seguir a petista Dilma Rousseff.
Em entrevista ao Terra, Jefferson explicou que, a despeito do apoio ao tucano, irá garantir uma flexibilização aos demais filiados do partido para não promover uma "confusão" com nomes emblemáticos da legenda no Congresso, como o senador Gim Argello (PTB-DF), intimamente ligado à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e com o senador e pré-candidato ao governo de Alagoas, Fernando Collor (PTB-AL).
Segundo o líder petebista na Câmara, Jovair Arantes (GO), o acordo foi selado, mas ainda admite negociação. O parlamentar explica que o presidente da legenda administraria o tempo de televisão e a bancada apoiaria o candidato que, segundo o líder, aumentaria as chances de o PTB fazer crescer a sua bancada, hoje com 23 deputados federais.
"Ao que tudo indica vamos apoiar Dilma, porque gostamos do governo Lula", disse. No entanto, ressalva que "isto não significa que daqui a um mês eles não mudem para Serra". Afinal, "os dois pré-candidatos têm o mesmo estilo de governar", ponderou, enfatizando que a petista tem mais chances de receber o apoio da bancada.
Roberto Jefferson do PTB almoçou com José Serra em Brasília após o tucano participar de sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e explicou por que não pode enquadrar todos os filiados em torno do projeto de tucano ao Palácio do Planalto. "Não podemos criar um clima de hostilidade interno. Vamos fazer a convenção em São Paulo para não constranger o senador Gim Argello no Distrito Federal", disse. "Temos um número sólido de 75% (do partido) com o PSDB. (O apoio) Não pode ser vinculado (aos demais filiados) porque racha o partido. Somos um partido pequeno", afirmou Jefferson ao Terra.
Para defender a tese de apoio ao PSDB sem obrigar os demais filiados a fazer campanha e subir no palanque de Serra, Roberto Jefferson citou o exemplo do PMDB em São Paulo. A legenda deverá indicar o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, como candidato a vice na chapa de Dilma, mas ao mesmo tempo não deve enquadrar o ex-governador Orestes Quércia, contrário ao projeto dilmista e que defende uma candidatura própria dos peemedebistas ao Planalto. "Vai se criar uma confusão desse tamanho? Não dá para subverter a lógica local", disse ao explicar a situação do PMDB paulista.
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