O PDT quer que a candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, intervenha para acabar com a crise entre o partido e o PT, tanto em São Paulo quanto no Paraná. Surpreendidos com a disposição petista de formar uma chapa puro-sangue em São Paulo (o PDT queria a vaga de vice de Aloizio Mercadante), o partido quer atrelar o debate paulista à sucessão no Paraná, onde a petista Gleisi Hoffmann mantém a candidatura ao Senado e não quer ser vice de Osmar Dias ao governo estadual. "Os diretórios poderão conversar, mas acho que, mais cedo ou mais tarde, Dilma terá que entrar nessa história", defendeu o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP).
Paulinho foi procurado na semana passada pelo coordenador da campanha de Mercadante, o prefeito de Osasco, Emídio Souza. "Ele me disse que tinha a intenção de fazer uma chapa autêntica do PT, mas prometeu que o partido não vai tomar nenhuma decisão sem nos consultar antes". Na quinta-feira, as direções estaduais dos dois partidos têm um encontro marcado em São Paulo.
O deputado admite a proposta feita pelo PT de oferecer ao PDT as duas suplências ao Senado - tanto de Netinho de Paula (PCdoB) quanto de Marta Suplicy (PT). "Temos que conversar, mas queremos unir os dois debates".
Para o pedetista, chegou o momento de o PT decidir-se no Paraná. Osmar Dias organizou um grande evento ontem no Estado e o PDT mantém a intenção de lançá-lo como candidato ao governo local, com o apoio do PT nacional e de Dilma.
Osmar Dias quer oferecer a vaga de vice para Gleisi (mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo), mas o PT local não gostou da proposta. O partido acredita ter condições de eleger Gleisi, enquanto Osmar enfrentará um adversário forte, o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).
O esforço do PDT para convencer o PT a compor a chapa ao governo local tem como objetivo abrir uma vaga ao Senado para o deputado Ricardo Barros (PP-PR). O afastamento de Gleisi interesssa também ao governador Roberto Requião. A disputa pelo Senado no Estado é acirrada: além de Gleisi e Ricardo, disputam uma das duas vagas o atual governador Roberto Requião (PMDB) e o deputado Gustavo Fruet (PSDB).
Tanto no governo quanto na campanha de Dilma, contudo, a análise é de que Osmar Dias - que já tem o apoio de Dilma - está criando alternativas para uma "saída honrosa": abriria mão da disputa e tentaria a reeleição para o Senado.
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