A escolha do senador tucano Álvaro Dias como candidato a vice de José Serra (PSDB) é difícil de entender. Com 5,6% do eleitorado nacional, o Paraná é um dos três Estados onde Serra vai melhor nas pesquisas. Lá, provavelmente, ele tem mais votos do que seu virtual companheiro de chapa.
Em maio, Serra tinha 46% das intenções de voto no Paraná, segundo o Vox Populi. Osmar Dias (PDT), irmão do senador Álvaro, tinha 33% na disputa para governador. O curioso é que Osmar estava atrás do tucano que realmente tem votos no Paraná, Beto Richa. Eleito duas vezes prefeito de Curitiba, é o que se poderia chamar de "tucano histórico", além de ser filho de um dos fundadores do partido, José Richa. Ou seja, não falta palanque forte para Serra no Paraná.
Já Álvaro Dias é um neotucano. Além do irmão pedetista, apoiou Lula e não Serra na eleição presidencial de 2002.
Serra vai pior no Nordeste e está perdendo terreno no Sudeste. Por isso, outros nomes cogitados, como o da carioca Patrícia Amorim, ou o do nordestino Sergio Guerra, faziam mais sentido eleitoral do que o de Dias. Uma das explicações ventiladas pelos tucanos para a escolha é evitar que Osmar Dias seja candidato a governador e dê um palanque para Dilma. Seria o rabo balançando o cachorro: uma questão paroquial definindo um problema nacional.
Se não é pelos votos que carreia, Álvaro Dias poderá ter outro papel na campanha, o de estilingue. Ele tem sido um dos principais críticos do governo e poderia assumir, no lugar de Serra, o ônus de atacar Lula e sua candidata. Se vestir esse figurino, Dias terá que ter uma performance excepcional para compensar a falta de votos e os dois minutos de propaganda que o DEM ameaça tomar de Serra por causa da escolha do vice tucano.
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