A eleição no Estado do Rio tem como franco favorito o atual governador, Sérgio Cabral (PMDB). Se tudo caminhar no ritmo de agora, Cabral pode levar a disputa já no primeiro turno como resultado de um conjunto de fatores que inclui a saída de seu principal rival da disputa, ex-governador Anthony Garotinho (PR), e sobretudo, a parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O amplo apoio de prefeitos e ações na área de segurança são outros fatores que impulsionam o atual governador, segundo analistas. Dos 92 prefeitos do Estado, 91 estão ao lado de Cabral. Apenas a cidade de Campos ficou de fora por ser área de influência de Garotinho. O partido de Sérgio Cabral está presente em 35 cidades e domina ainda a Assembléia Legislativa e a Câmara dos Vereadores da capital, onde estão cerca de 40 % dos eleitores fluminenses. "A conjuntura aponta que há grandes chances de Cabral vencer no primeiro turno. A saída do Garotinho ajuda e o Cabral ainda tem apoio das prefeituras e toda a máquina a seu favor", afirmou o cientista político da FGV Fernando Lattman Weltman. Garotinho (PR) optou por concorrer a uma vaga na Câmara Federal.
"Pelo que indicam as pesquisas de intenção de voto, a distância entre Cabral e o segundo colocado é enorme e quase impossível de ser revertida. A saída do Garotinho facilitou uma vitória no primeiro turno", disse a cientista política Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes. Pesquisa Ibope divulgada em junho, ainda com Garotinho, apontou Cabral com 43 % contra 21 % de Garotinho e 12 % de Gabeira.
Ao longo da sua gestão, Cabral também conseguiu um fato praticamente inédito: unir prefeitura e governos estadual e federal. "A aliança com Lula e (o prefeito) Eduardo Paes (PMDB) pode ser um trunfo para o governador. Ele fez isso com muita habilidade como também fez com o Legislativo local", avaliou Lemgruber.
A possibilidade de Cabral vencer em primeiro turno é cogitada até dentro do comitê de campanha do principal adversário, o deputado Fernando Gabeira (PV). "Gabeira vai lutar para cair de pé, mas existe a possibilidade de uma derrota na primeiro turno. A saída do Garotinho foi muito ruim para nós e é uma disputa contra a máquina pública. O Gabeira não tem um vintém além da sua imagem e história", disse uma fonte da campanha do deputado. "O lado bom de uma derrota no primeiro turno seria o fato de sobrar mais tempo para trabalhar para a campanha à Presidência", afirmou a fonte
Gabeira emergiu para cargos majoritários nas eleições de 2008, quando disputou a prefeitura e foi derrotado por Paes, por pequena margem. A coligação que o apoia junta PV, PSDB, PPS e DEM. "É uma coligação complicada, nós sabemos, mas diante das circunstâncias era o que deveria ser feito", disse Gabeira, que terá de se dividir entre as candidaturas presidenciais de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), enquanto Cabral está do lado de Dilma Rousseff (PT).
Para o cientista político da FGV, "é uma candidatura em cima de imagem que foi construída e bem aceita em 2008. É uma aposta de alto risco e ambígua para alguém que talvez tenha que pedir voto para dois candidatos", avaliou Lattman.
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