Um bebê morreu após ter sido ferido por um bisturi na hora do parto, no Hospital Municipal do Campo Limpo (zona sul de São Paulo). O corpo do bebê tinha hematomas e um corte profundo nas costas, segundo a Polícia Militar.
De acordo com informações da Polícia Civil, a chefia de ginecologia e obstetrícia do hospital informou que o corte foi resultado da incisão na barriga da mãe, uma adolescente de 14 anos que foi submetida à cesariana.
O médico responsável informou à polícia que houve complicações durante o parto e confirmou que realizou a incisão com ajuda de outra médica.
A PM foi chamada ao hospital por causa de uma discussão entre familiares da gestante e funcionários. O policial que atendeu o caso relatou à Polícia Civil que o hospital não deixou nem ele nem a família terem acesso ao corpo da criança.
Acionada, a Polícia Civil foi até o local e constatou que a guia de encaminhamento de cadáver, entregue à família, estava rasurada no campo "tempo de gestação". A guia assinalava que a jovem tinha 31 semanas de gravidez, enquanto a via de entrada no hospital registra 26 semanas. O tempo ideal de gestação é de 40 semanas.
Além de não informar as razões dos hematomas na criança, o documento também encaminhava o corpo ao SVO (Serviço de Verificação de Óbito), e não ao IML (Instituto Médico Legal), como deve ser em casos de mortes com sinais de violência.
O representante do hospital não soube dizer à polícia por que a guia foi adulterada e informou que, ao contrário do que foi dito pela PM e pela família, os familiares tiveram acesso ao corpo do bebê.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que lamenta a morte do bebê e que abriu uma comissão preliminar de apuração para investigar o caso. A nota também afirma que a direção do hospital está à disposição da família para mais esclarecimentos. Folha
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