Serra usa Dirceu para atacar PT e Dilma

A cartada final de José Serra no debate da Folha desta quarta (18) surpreendeu. Habituado, nas considerações finais, a evocar sua origem humilde e apelar para o emocional (no primeiro debate, quase chorou ao mencionar o pai), desta vez o tucano aproveitou que a adversária Dilma Rousseff não mais teria direito à palavra, para criticar duramente o PT.

Nas considerações finais do debate - promovido por Folha de São Paulo e UOL -, depois que Dilma usou seus últimos três minutos para pedir a confiança dos eleitores e prometer avançar nas políticas sociais de Lula, foi a vez de José Serra engatar um golpe atrás do outro.

“Eu governo para o interesse público e não para partidos, não para amigos. Não tenho compromisso com o erro. Não passo a mão na cabeça de quem fez malandragem nem ponho, como é o caso do José Dirceu, que é considerado, pelo Ministério Público, o chefe da quadrilha do mensalão que hoje tem um papel muito importante dentro do PT e na própria campanha da Dilma.”

E em relação ao Plano de Banda Larga (todos os candidatos falaram da importância da internet para o ensino, dado este ser o primeiro debate online entre presidentes), que Dilma ajudou a desenvolver quando era ministra da Casa Civil? Tudo bobagem, segundo Serra: “A banda larga está muito atrasada e uma das coisas que eu vou fazer é acelerar isso e com objetivos muito mais ambiciosos do que esse plano para o futuro que o governo apresentou.”

Não parou por aí. Em relação ao ensino técnico e ao combate ao crack, o tucano disse que “nada foi feito no Brasil, exceto alguns estados, entre eles o de São Paulo”.

A coordenação da campanha de Dilma, no entanto, fez que não percebeu a chuva de críticas proferidas no último suspiro de Serra no debate. Não caberia um pedido de resposta? “Não, ele não fez nenhuma crítica pessoal a ela. [...] Mas ela deu o recado. Ela achou engraçado porque o pessoal passa sete anos na oposição depois bota até o Lula no jingle. Acho que isso basta, né?” - responde um dos integrantes do QG de Dilma.Christina Lemos

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