Nova meta do Planalto é a Classe C

Os partidos já perceberam que a classe média será a grande propulsora das eleições de 2012 nas capitais. E o governo não pretende deixar esse grupo à deriva, pronto para migrar à oposição. Por isso, o programa em análise vem sendo tratado por alguns como aquele que irá casar direitinho a vontade de "vencer na vida" da classe C com a "vontade de ganhar votos" dos aliados ao governo.

Mais informada do que as classes D e E é o próximo alvo do governo. Depois do programa de combate à miséria lançado na última quinta-feira, com a participação de vários ministérios, a presidente Dilma Rousseff voltou-se quase que totalmente à formatação desse projeto, destinado a atender a classe C, que responde hoje por 52% da população brasileira — mais de 100 milhões de pessoas.

Para isso, técnicos de três ministérios — Ciência e Tecnologia, Educação e Trabalho — concluem levantamentos de tudo o que pode ser empregado na iniciativa. Pesquisas internas do Executivo indicam que um dos principais sonhos da classe média é ter a casa própria e dar aos seus filhos estudo e formação profissional. Isso sem contar, é claro, o acesso a serviços de saúde. Portanto, é nessas áreas que o governo pinçará os projetos para direcioná-los a essa faixa populacional.

Na área de ciência e tecnologia, por exemplo, a ideia é abrir a possibilidade de bolsas de estudo ,não só no Brasil, como no exterior. No país, o governo já conta com o Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas parciais e integrais. A ideia é ampliar esses benefícios.

Hoje, o Brasil tem apenas 5 mil estudantes com bolsas de estudos no exterior, segundo dados do governo, e Dilma quer ampliar esse número para 18 mil a cada ano. A presidente, entretanto, planeja associar essas bolsas a um programa de emprego para que, ao retornar ao Brasil, a inserção seja rápida. Associado às iniciativas educacionais, o Planalto ainda está formatanto uma nova etapa do Minha Casa, Minha Vida, que seria voltada a essa faixa populacional.

Ascensão
A ideia de criar um pacote de projetos específico para a classe média não é nova. Mas a presidente queria, primeiro, tirar do forno o Brasil sem Miséria, uma das principais metas de sua campanha. Só no ano passado, segundo dados da pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, 19 milhões de brasileiros passaram a integrar a classe C, ou seja, a ter vencimentos de dois a 10 salários mínimos por mês. No Amazonas, por exemplo, 65% dos eleitores pertencem à classe C.

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