A Construtora Gautama estava pré-qualificada para disputar o contrato das obras de transposição do Rio São Francisco e também tinha interesse em participar da construção das usinas do Rio Madeira, um projeto com custo estimado de R$ 20 bilhões. Das 46 pessoas presas na operação da Polícia Federal ontem, 16 eram ligadas à companhia. Três delas foram detidas na Bahia, terra de origem da construtora.
Segundo o Sindicato da Industria da Construção do Estado da Bahia, a empresa - associada da entidade -, nasceu no Estado, mas há depois deslocou sua matriz para São Paulo. A base de dados da Federação das Indústrias do Estado da Bahia informa que a empresa iniciou suas atividades em 27 de julho de 1995, mas, no mercado, afirma-se que Zuleido Soares Veras, dono da Gautama e também preso ontem, participava de empreendimentos governamentais desde que deixou a construtora OAS, em meados dos anos 80.
Em setembro do ano passado, nove obras da empresa, localizadas em seis Estados, foram paralisadas após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou indícios de irregularidades. Segundo o tribunal, as obras não poderiam receber recursos federais porque havia sinais de superfaturamento, conluio entre empresas, transferência ilegal de contratos e aditivos acima dos limites previstos em lei. Os contratos somavam R$ 483 milhões e os recursos, ainda que com os apontamentos feitos pelo tribunal, foram liberados.
O governo federal destinou R$ 70 milhões para as obras do sistema de abastecimento de água do rio Pratagy, em Maceió, após pedido feito pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Entre outros casos, houve liberação de recursos para o sistema de macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins, em Maceió. A obra começou em 1997, e a licitação ocorreu quando o titular da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura era Olavo Calheiros, irmão de Renan.
Na Bahia, a Prefeitura de Camaçari tem contrato com a Gautama desde 1999 para pavimentação de ruas. O prefeito Luiz Carlos Caetano (PT), além de membros do seu secretariado, foi um dos presos ontem. A construtora já prestou serviços ao governo estadual para a construção de escolas, entre outras tarefas, e para as prefeituras de Salvador, Ilhéus e Nazaré.
A relação da Gautama com políticos envolve ainda doações para campanhas eleitorais. Dois governadores -Jackson Lago (PDT-MA) e André Puccinelli (PMDB-MS); um senador, Papaléo Paes (PSDB-AP); deputados federais: Osvaldo Reis (PMDB-TO) e Gastão Vieira (PMDB-MA) e Átila Lins (PMDB-AM), ligado a Eduardo Braga; e Armando Alves (PL-AP) - o único desses que não se elegeu.
A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), em sua tentativa de se reeleger prefeita de São Paulo em 2004, recebeu R$ 150 mil da empresa. No mesmo ano, outro petista, João Coser, candidato em Vitória (ES), recebeu R$ 100 mil para sua campanha.
Procurados pelo Valor, os pemedebistas Gastão Vieira, Osvaldo Reis e Átila Lins deram a mesma justificativa em relação à doação. Durante o processo eleitoral no ano passado, ambos receberam uma ligação da assessoria da liderança do PMDB na Câmara pedindo o número da conta eleitoral, uma vez que havia aparecido um doador. Os deputados ofereceram os dados e, segundo eles, só souberam que se tratava da Gautama quando foi feita a prestação de contas da campanha. O funcionário responsável por algumas dessas ligações foi Francisco Bruzi, que trabalha na assessoria parlamentar da liderança do PMDB na Câmara. O Valor ontem procurou Bruzi, sem sucesso. Foi deixado telefone para contato, mas ele não atendeu ao pedido. O líder do partido na Câmara no período eleitoral era Wilson Santiago (PMDB-PB), que também foi procurado pelo Valor e também não atendeu ao pedido de explicações.
Já o senador Papaléo Paes informou, por meio de sua assessoria, que recebeu a doação e que ela foi feita dentro da legalidade. No entanto, sem maiores esclarecimentos, disse não conhecer o doador. Os governadores Jackson Lago e André Puccinelli não atenderam ao pedido do Valor. O candidato derrotado Armando Alves não foi localizado. A assessoria da ministra Marta Suplicy também não foi localizada.
Segundo o Sindicato da Industria da Construção do Estado da Bahia, a empresa - associada da entidade -, nasceu no Estado, mas há depois deslocou sua matriz para São Paulo. A base de dados da Federação das Indústrias do Estado da Bahia informa que a empresa iniciou suas atividades em 27 de julho de 1995, mas, no mercado, afirma-se que Zuleido Soares Veras, dono da Gautama e também preso ontem, participava de empreendimentos governamentais desde que deixou a construtora OAS, em meados dos anos 80.
Em setembro do ano passado, nove obras da empresa, localizadas em seis Estados, foram paralisadas após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou indícios de irregularidades. Segundo o tribunal, as obras não poderiam receber recursos federais porque havia sinais de superfaturamento, conluio entre empresas, transferência ilegal de contratos e aditivos acima dos limites previstos em lei. Os contratos somavam R$ 483 milhões e os recursos, ainda que com os apontamentos feitos pelo tribunal, foram liberados.
O governo federal destinou R$ 70 milhões para as obras do sistema de abastecimento de água do rio Pratagy, em Maceió, após pedido feito pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Entre outros casos, houve liberação de recursos para o sistema de macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins, em Maceió. A obra começou em 1997, e a licitação ocorreu quando o titular da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura era Olavo Calheiros, irmão de Renan.
Na Bahia, a Prefeitura de Camaçari tem contrato com a Gautama desde 1999 para pavimentação de ruas. O prefeito Luiz Carlos Caetano (PT), além de membros do seu secretariado, foi um dos presos ontem. A construtora já prestou serviços ao governo estadual para a construção de escolas, entre outras tarefas, e para as prefeituras de Salvador, Ilhéus e Nazaré.
A relação da Gautama com políticos envolve ainda doações para campanhas eleitorais. Dois governadores -Jackson Lago (PDT-MA) e André Puccinelli (PMDB-MS); um senador, Papaléo Paes (PSDB-AP); deputados federais: Osvaldo Reis (PMDB-TO) e Gastão Vieira (PMDB-MA) e Átila Lins (PMDB-AM), ligado a Eduardo Braga; e Armando Alves (PL-AP) - o único desses que não se elegeu.
A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), em sua tentativa de se reeleger prefeita de São Paulo em 2004, recebeu R$ 150 mil da empresa. No mesmo ano, outro petista, João Coser, candidato em Vitória (ES), recebeu R$ 100 mil para sua campanha.
Procurados pelo Valor, os pemedebistas Gastão Vieira, Osvaldo Reis e Átila Lins deram a mesma justificativa em relação à doação. Durante o processo eleitoral no ano passado, ambos receberam uma ligação da assessoria da liderança do PMDB na Câmara pedindo o número da conta eleitoral, uma vez que havia aparecido um doador. Os deputados ofereceram os dados e, segundo eles, só souberam que se tratava da Gautama quando foi feita a prestação de contas da campanha. O funcionário responsável por algumas dessas ligações foi Francisco Bruzi, que trabalha na assessoria parlamentar da liderança do PMDB na Câmara. O Valor ontem procurou Bruzi, sem sucesso. Foi deixado telefone para contato, mas ele não atendeu ao pedido. O líder do partido na Câmara no período eleitoral era Wilson Santiago (PMDB-PB), que também foi procurado pelo Valor e também não atendeu ao pedido de explicações.
Já o senador Papaléo Paes informou, por meio de sua assessoria, que recebeu a doação e que ela foi feita dentro da legalidade. No entanto, sem maiores esclarecimentos, disse não conhecer o doador. Os governadores Jackson Lago e André Puccinelli não atenderam ao pedido do Valor. O candidato derrotado Armando Alves não foi localizado. A assessoria da ministra Marta Suplicy também não foi localizada.
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