O misterioso Zuleido Veras

Um empreiteiro paraibano, radicado na Bahia, foi o responsável pela prisão de 48 pessoas na quinta- feira 17. Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, com contratos de R$ 800 milhões, foi o pivô da Operação Navalha. Seu mundo desabou na quinta-feira 17, quando ele teve prisão decretada, acusado de comandar um gigantesco esquema de corrupção. Quem o conhece garante que ele nem sequer escondia seu modelo de negócios: 33% de um contrato deveriam pagar os custos da obra, 33% gerariam o lucro e 33% seriam usados em propinas. Pode até haver algum exagero, mas o fato é que Zuleido operava de uma forma similar à do valerioduto. Irrigava campanhas de aliados em vários Estados, distribuía presentes a quem o favorecia e, é claro, não executava os serviços para os quais era contratado. Só no Tribunal de Contas da União, a Gautama possui 30 processos pelos quais é investigada por superfaturamento e não cumprimento de obras.

Um dos políticos mais ligados a Zuleido é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PFL-AL). Os dois se conhecem, como o próprio senador admite, há 30 anos. A intimidade é tão grande que o empreiteiro é conhecido no gabinete de Renan pelo codinome “mexicano”. Foi em 1986, quando Renan se candidatou a deputado federal, que os laços se estreitaram. À época, Zuleido comandava a Coesa, subsidiária da construtora OAS, e tinha como braço direito o empreiteiro Latif Abud, tão polêmico como ele. Ao ser questionado sobre essa amizade, Renan não demonstrou preocupação. “Ninguém deve ter compromisso com o erro, é importante que se investigue”, disse ele.

Em 1987, Zuleido deixou a empreiteira baiana OAS, onde era diretor, e criou a Gautama, após se converter ao budismo. Mas suas práticas não são nada zen. Sempre acompanhado por Latif Abud, Zuleido era visto como o principal arrecadador de verbas para o grupo de oposição ao senador Antônio Carlos Magalhães, na Bahia, comandado pelo ministro Geddel Vieira Lima. Em 2001, no escândalo que culminou com a renúncia de Jader Barbalho ao Senado, Renan tomou partido do colega na briga com o babalorixá baiano. E ACM, de dedo em riste, apontou as ligações perigosas de Renan com Zuleido. Agora, “mexicano” tem com o que se preocupar. No dia da prisão, os policiais invadiram sua casa, em Salvador, e recolheram lanchas e carros de luxo. Todos foram transportados para a sede da PF com o adesivo “confiscado”.

Um comentário:

  1. Ola gata,

    Tem um cara que copiou e colou um texto seu lá num tal de portaldenuncia.blogspot que cara folgado nem pediu...

    piterrw@pop.com.br

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