Após vários adiamentos, Planalto marca posse de Mangabeira

Depois de semanas de adiamentos e polêmicas, o Palácio do Planalto confirmou, sob pressão, para a próxima terça-feira, dia 19, às 15 horas, a posse de Roberto Mangabeira Unger como ministro da futura Secretaria Especial de Planejamento Estratégico. Antes, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma reunião com Mangabeira. O encontro dos dois está previsto para hoje, no Planalto, em hora ainda a ser confirmada.A pressão do PRB, partido do professor, e do vice-presidente José Alencar, seu padrinho político , pesou na decisão de Lula de confirmar Mangabeira para a secretaria. Apesar das críticas do PT e de auxiliares do presidente Lula, Alencar continuou insistindo e bancando o nome de Mangabeira. Ontem, durante sua viagem ao Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PR) também insistiu com o presidente pela nomeação.O vice-presidente declarou, no fim da tarde, antes de qualquer manifestação oficial do Palácio do Planalto, que a posse estava mantida. Pelo que ele sabia, afirmou, nada havia mudado no governo em relação à escolha de Mangabeira. 'Eu sei que está mantida (a escolha)', afirmou o vice, devolvendo, em seguida, a pergunta à imprensa. 'Vocês têm alguma notícia? Vocês é que vão me dar notícias. A informação que tenho é essa', comentou.Questionado se, em algum momento, o governo teria decidido voltar atrás na escolha, respondeu: 'Em nenhum momento. Nada, nada', garantiu.

Pela manhã, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, afirmou que, para assumir o cargo de ministro, Mangabeira deve desistir de qualquer pretensão a cargos em conselhos de empresas privadas, como o que tem hoje na Brasil Telecom. 'Ele não pode ser investido no conselho de nenhuma empresa. Qualquer cidadão, para ocupar um cargo público, não pode ter ação representativa em conselhos.'

POLÊMICA

A escolha é polêmica. Assim que o nome de Mangabeira foi sugerido, as reações vieram de todos os lados. Primeiro porque ele foi autor das críticas mais ferrenhas à gestão Lula. Em artigo na imprensa, disse que nunca houve governo tão corrupto quanto o do petista.O PT não admitia a possibilidade de ele assumir o posto, ainda mais na vaga que já foi de Luiz Gushiken, que deixou o governo por causa de problemas com Daniel Dantas, do Opportunity, ligado a Mangabeira.Além da demora em assumir o cargo, o professor criou um outro problema para o Planalto. Depois de ter sido convidado, entrou com uma ação na Justiça norte-americana contra a Brasil Telecom, controlada por fundos de pensão de estatais, o que desagradou o governo.Por fim, na semana passada, apresentou consulta ao Conselho de Ética da Presidência da República, perguntando se haveria alguma incompatibilidade entre permanecer como 'trade', uma espécie de consultor de empresa, e assumir o cargo. A comissão informou que havia, sim, incompatibilidade.



0 comentários.:

Postar um comentário



Topo