Agora vai?


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou acordo com os governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) para tentar obter pelo menos três ou quatro votos favoráveis à prorrogação da CPMF entre os 13 senadores do PSDB. Para concretizar o acerto, o Planalto se comprometeu a apresentar até amanhã uma nova proposta de concessões aos Estados em troca do apoio tucano à emenda que prorroga o tributo até 2011. O governador mineiro acertou uma reunião sigilosa anteontem à noite em Belo Horizonte com Serra e os senadores Sérgio Guerra (PE) e Arthur Virgílio (AM).

Durante a reunião, Serra disse que seria um absurdo o PSDB não apoiar algo que defendeu no passado. Os dois governadores vêm trabalhando para que o partido apóie a proposta do governo. Porém, reclamaram que o Planalto não articulava com competência.

Nos últimos dias, Lula e o ministro Guido Mantega (Fazenda) intensificaram os contatos com os governadores. Ontem, Mantega disse caso a CPMF não seja aprovada a receita de R$ 40 bilhões por ano, o governo vai pressionar os Estados para reduzir os gastos e fazerem mais superávit primário, ou seja, mais economia para pagar os juros da dívida. O Planalto chamou ontem o governador de Rondônia, Ivo Cassol, para uma audiência com Lula. Cassol é aliado do senador Expedito Júnior (PR-RO), um dos votos tidos como incertos pelo Planalto em relação à CPMF.

Lula pediu a Cassol apoio para a aprovação do tributo. Recebeu o governador munido de números sobre o peso da CPMF no Estado e o impacto de programas financiados pelo governo com verba do tributo. No encontro, Cassol reiterou dois pleitos antigos, sendo que o principal foi o de revisão de uma dívida de Rondônia com a União referente ao extinto banco do Estado. Segundo a reportagem apurou, o governador ouviu de Lula que os pleitos precisam ser resolvidos.

Os tucanos esperam uma proposta que contemple pelo menos quatro pontos para tentar mudar a posição dos senadores: antecipar o cronograma de gastos na saúde; limite nos gastos públicos, não só de pessoal mas também de custeio da máquina pública; aumento no repasse de recursos da Cide (para manutenção de rodovias) aos Estados e corte de impostos nos investimentos de saneamento. Ontem, Arthur Virgílio e Guerra disseram que a reunião com Serra e Aécio não foi suficiente para mudar a posição sobre a CPMF. A pedido dos senadores, os governadores não estarão no lançamento hoje, em Brasília, do PAC da saúde. Em São Paulo, Serra disse que nem ele nem Aécio vão interferir na decisão dos senadores. "Não tentamos convencer a bancada. Nossas conversas são para só para atualizar as informações sobre o assunto."

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