Não se trata da nova namorada do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Morena é a abreviação de duplo sentido para o Movimento Revolucionário Nacionalista — Círculos Bolivarianos, projeto político nascido no último fim de semana depois das deliberações da 1ª Assembléia Bolivariana Nacional. A iniciativa, que contou com o apoio incondicional da diplomacia chavista, pretende resgatar no Brasil o “socialismo moreno” do saudoso fundador do PDT, Leonel Brizola. Mas vai além, adicionando ao mesmo caldeirão interpretações casuísticas dos chamados “guevarismo” e “bolivarianismo”.
Apesar das medidas de segurança ditadas pelo coordenador do evento, o professor e militante pedetista Aurélio Fernandes, a reportagem do Correio teve acesso à Casa Bolivariana, no Centro do Rio. No local se reuniram, além dos bolivarianos cariocas, alguns membros de círculos de vários estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Paraná, perfazendo cerca de 70 ativistas. Em sua maioria, pessoas ligadas a movimentos sociais, como MST, MTST (Sem Teto), e a alas radicais do PDT, PSol e PT.
Segundo definiram seus fundadores, o Morena é “uma organização política de novo tipo”, ainda que repita os fundamentos da “visão crítica e revolucionária da sociedade e contra o capitalismo” atribuídas ao filósofo alemão Karl Marx. À sopa ideológica devem ser incorporadas as “análises e contribuições realizadas por todos os revolucionários, sejam nacionais ou internacionais”.
Os líderes do Morena ficaram na dúvida sobre incluir explicitamente o nome de Hugo Chávez depois de sua derrota eleitoral na Venezuela. Temem ainda que a associação direta de seu movimento ao regime do coronel reformado signifique alinhamento automático, ou que Caracas seja acusada de ingerência em assuntos internos no Brasil. “Assumimos como próprio o pensamento libertário, nacionalista e antiimperialista de revolucionários brasileiros, latino-americanos e mundiais”, explicou Fernandes.
Na Assembléia de sábado e domingo, foi eleita a coordenação nacional provisória — responsável pela direção política do Morena — e aprovadas as normas de funcionamento e as bases políticas do movimento. O documento intitulado A libertação nacional do Brasil e a luta pelo socialismo do século 21 – A revolução brasileira e as tarefas dos revolucionários, será encaminhado para discussão nos círculos bolivarianos vinculados ao movimento. Também se decidiu pela realização, em 2009, do 1º Congresso Bolivariano Nacional, no Rio.
CUBA ASSINARÁ PACTOS DA ONU
O ministro cubano das Relações Exteriores, Felipe Pérez Roque, anunciou que o país caribenho assinará, no início de 2008, os pactos internacionais de Direitos Humanos, Sociais e Culturais e o de Direitos Civis e Políticos, ambos inseridos na Carta Internacional dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Pérez Roque disse ainda que, a partir de 2009, a ilha estará aberta às inspeções regulares do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Até então, Cuba rejeitava a presença de um relator especial indicado pelo órgão anterior equivalente, a Comissão de Direitos Humanos.
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