Governo prepara ofensiva contra ONGs internacionais

Há muito tempo o Blog Os amigos do Presidente Lula vem denunciando as ONGs estrangeiras na Amazônia. Uma delas o Greenpeace .Eis que finalmente o ministro da Justiça, Tarso Genro vai ver o caso


O ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou a deflagração de uma ofensiva contra ONGs estrangeiras que atuam na Amazônia. Dados da Polícia Federal e da Abin detectaram a espionagem sobre biodiversidade, compra de terras e minério, além de interferência em tribos indígenas. O governo admite que as entidades atuam sem controle.

Amparado em informações da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o ministro da Justiça, Tarso Genro anunciou ontem a maior ofensiva do governo para coibir a espionagem sobre biodiversidade, compra de terras e minério supostamente exercida por organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras na região da Amazônia. Ao anunciar a criação de um grupo de trabalho que investigará a atuação das ONGs, Genro admitiu que as entidades atuam na região sem nenhum controle ou fiscalização. O governo, segundo Genro, tem recebido informações de que, a pretexto de colaborar, essas entidades estaria interferindo nas áreas indígenas, impondo rituais religiosos às etnias e levantando informações estratégicas sobre o potencial mineral para repassar a outros países.

A Amazônia não pode estar à disposição de aventureiros. É uma questão de soberania e segurança - afirmou o ministro, frisando, no entanto, que há entidades que trabalham com seriedade e que deverão ser preservadas. - Temos informações que existem ONGs que cumprem suas funções, mas que também há outras que estão a serviço não se sabe de quem - disse Genro. Cópias de vídeos que chegaram ao Ministério da Justiça mostram integrantes de seitas religiosas realizando rituais semelhantes a sessões espíritas numa aldeia. Uma das cenas mostra uma espécie de pastor num ritual semelhante a uma sessão de exorcismo o que, segundo o próprio ministro, afronta a cultura religiosa das etnias amazônicas.

Apoio ostensivo

O grupo que atuará na região contará com o apoio ostensivo da Polícia Federal, mas utilizará também as informações e relatórios produzidos pela Abin nos últimos anos. O problema, segundo frisou o ministro, é a enorme confusão que se estabeleceu com a mistura de instituições sérias, que realizam um trabalho social reconhecido, com as entidades suspeitas. - O estudo é justamente para separar o joio do trigo - explicou Genro. O grupo, cujos integrantes ainda serão nomeados, será coordenado pelo secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior e ficará encarregado de identificar e mapear quais são e aonde atuam as ONGs estabelecidas na região. O levantamento deverá estar concluído dentro de seis meses e, no final, o governo vai mandar ao Congresso um projeto de lei regulamentando o setor e estabelecendo os limites em que essas entidades podem atuar.

É a primeira vez que uma autoridade federal fala tão duro em relação à suspeita atuação das atividades estrangeiras na Amazônia. As denúncias pipocam, no entanto, há mais de duas décadas e mostram um cenário que contrasta com a preocupação de soberania e segurança de uma região que virou ponto de cobiça internacional. Os relatórios da Polícia Federal e da Abin apontam que, a pretexto de filantropia ecológica ou de apoio à cultura indígena, boa parte das mais de 100 entidades que atuam na região, fazem, na verdade, minuciosos levantamentos de informações estratégicas para países com notórios interesses sobre a riqueza mineral da região.

O principal foco das ONGs internacionais tem sido extensas áreas indígenas, como a Yanomami e Raposa Serra do Sol, em Roraima, onde as reservas indígenas já homologadas ultrapassam os 11 milhões de hectares e abrigam, no subsolo, incalculável valor em minérios preciosos ou estratégicos. Além de relatórios produzidos pelos órgãos de informações, o governo tem recebido sucessivos alertas das Forças Armadas sobre a alta influência das ONGs e os riscos à soberania provocados pelos vazios demográficos que estão sendo criados em áreas que fazem fronteira com outros países e sobre as quais não há controle governamental.

A atuação das ONGs foi tema da série de reportagens Amazônia em perigo - a ocupação silenciosa, publicada pelo JB em fevereiro.


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