Petrobras: mais 2 megacampos


As descobertas da Petrobras abaixo da camada de sal na Bacia de Santos vão demandar o aumento dos recursos para a área de Exploração e Produção, hoje limitados a US$ 65,1 bilhões. A diretoria da empresa vai entrar 2008 debruçada sobre o novo Planejamento Estratégico, que deverá contemplar, pela primeira vez, os investimentos necessários para colocar em produção a nova província petrolífera gigante, cujo coração é a Bacia de Santos. A estatal já começou a perfurar duas novas acumulações no pré-sal de Santos, batizadas provisoriamente de Bem-te-vi e Júpiter, que ficam próximos ao campo de Tupi e prometem se revelar tão promissores quanto.

Embora a diretoria saiba das dificuldades materiais de se antecipar o cronograma de produção de Tupi e das demais acumulações do pré-sal, os gerentes de E&P da estatal trabalham a toque de caixa para conseguir antecipar o que for possível dos trabalhos exploratórios na nova província. Tanto que os trabalhos exploratórios no BM-S-21 - curiosamente batizado de Caramba pelos técnicos da empresa - foram interrompidos para transferir a sonda instalada no local para o BM-S-24 (Júpiter). Uma outra sonda também já opera no BM-S-8 (Bem-te-vi).

Equipamento

Só depois da conclusão dos trabalhos nesse bloco será possível dar seguimento às avaliações quantitativas do potencial de Caramba. Na noite da última quinta-feira, a companhia divulgou oficialmente ter encontrado indícios de óleo leve no BM-S-21, que é operado pela Petrobras (80% do total) em parceria com a portuguesa Galp (20%). O resultado tornou-se possível com a perfuração do poço 1-BRSA-526-SPS (1-SPS-51), localizado a 280 quilômetros da costa do Estado de São Paulo, em lâmina d"água de 2.234 metros. A profundidade do poço é de 5.350 metros a partir do leito marinho.

Áreas são prioridade

Um executivo da companhia, que pediu para não ser identificado, revelou que a intenção da empresa é voltar, ainda no primeiro trimestre de 2008, para o BM-S-21, assim que forem concluídos os trabalhos preliminares em Bem-Te-Vi e Júpiter. Nesse período, serão feitos os testes que permitirão concluir quanto de petróleo leve poderá ser produzido no local. Diferentemente de Tupi, porém, não foram identificados indícios de gás natural na nova acumulação.

Ao transferir a sonda do BMS-21 para Júpiter, como explicou o executivo, a empresa busca otimizar o equipamento disponível para os trabalhos exploratórios. É preciso cumprir um cronograma de utilização da sonda desviada para o local antes do prazo previsto para o que tecnicamente é conhecido como docagem para manutenção do equipamento. Por maior que seja o esforço de otimização, e a orientação do governo para antecipação da produção do pré-sal, executivos da Petrobras sabem que dificilmente será possível antecipar de forma significativa o cronograma já acertado.

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