Campanha incentiva candidatas


Campanha publicitária em rádio e TV vai incentivar as mulheres a se candidatarem nas eleições municipais de outubro, informou ontem a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. A campanha será suprapartidária e estimulará as mulheres a que ingressem nas agremiações políticas e se candidatem a cargos de representação e executivos.

A ministra festejou os números da pesquisa Estado/Ipsos divulgada na edição do dia 13 deste mês: “Há uma janela para participação maior da mulher na política”, disse ela.

A pesquisa mostrou que eventuais preconceitos do eleitorado brasileiro a candidatas mulheres é menor do que se imaginava. Para 58% do eleitorado, a participação da mulher na política “é menor do que deveria ser”; e para 67% dos eleitores, se a participação política da mulher fosse maior, o nível da política seria melhor. Maiorias expressivas consideraram que a mulher é mais honesta e mais competente que os homens; 69% dos eleitores declararam que votariam numa mulher para presidente da República.

A Secretaria da Mulher também vai disponibilizar um processo de capacitação das candidatas para ajudar seu desempenho nas eleições de outubro. Na internet, a secretaria vai mostrar a participação da mulher na história brasileira. Dará subsídios para que as candidatas compreendam questões como a violência na sociedade, a violência doméstica, a autonomia econômica da mulher, saúde e educação femininas. E, por fim, dará dicas para ajudar a dominarem as mídias de campanha.

Na próxima semana a secretária vai convocar as seções femininas dos partidos para informar sobre a campanha e incentivá-las a brigar por mais espaço nos grupamentos políticos. Ela diz que o sistema de cotas - cada partido é obrigado a listar 30% de suas vagas a mulheres - ajudou a ampliar o número de mulheres nas duas primeiras eleições. “Depois, o número voltou a cair”, reconhece.

Hoje a participação de mulheres no Congresso, segundo a ministra, é irrisória: na Câmara, as deputadas são 8,8% dos parlamentares; no Senado são 12,3%. Nilcéa informa que, numa pesquisa feita pelo Banco Mundial sobre participação feminina nos sistemas de representação política, o Brasil ficou em 107º lugar. Ela admite que as queixas contra o domínio masculino dos partidos políticos são “suprapartidariamente iguais”: vêm de todos os partidos.

Os partidos dizem que é difícil encontrar mulheres interessadas em ser candidatas. “Temos dificuldades em preencher a cota de 30% de candidatas”, afirma o deputado Campos Machado, presidente do PTB em São Paulo. A dificuldade é comprovada pelo deputado Edson Aparecido (PSDB-SP): “Não é nada fácil encontrar candidatas para alcançar os 30% de mulheres na chapa”, diz.

Nilcéa explica que as mulheres não têm a disponibilidade dos homens para se dedicar à política porque, além do trabalho, têm de cuidar da casa e dos filhos.

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