Cresce a demanda por bens de capital


Apesar da concorrência chinesa, as carteiras de encomendas das empresas fornecedoras de máquinas e equipamentos instaladas no país estão engordando, sob o impacto da vigorosa expansão do investimento. Há licitações em andamento para aquisição de bens de capital, principalmente no setor siderúrgico e de mineração. Os projetos de expansão e instalação de novas fábricas de aço estão garantindo mercado aquecido para os fabricantes de bens de capital sob encomenda pelo menos até 2012.

Roberto Araujo, gerente-comercial da SMS Demag , subsidiária da multinacional alemã produtora de equipamentos para a indústria siderúrgica, disse que a situação do setor melhorou bastante e que há muitos projetos anunciados para maturarem nos próximos três anos, como o da Siderúrgica de Vitória, uma sociedade da Vale com a chinesa Baosteel, no Espírito Santo. A compra de um laminador de tiras a quente pela Cosipa e a entrada da Gerdau no ramo de chapa grossa, sem falar na construção da Companhia Siderúrgica de Pecém, antiga Ceará Steel, no Ceará indicam potenciais clientes.

"O mercado está aquecido e os clientes estão comprando equipamentos. Nós acabamos entrando na concorrência para venda de produtos da indústria do aço que os chineses não dominam, como os equipamentos de aciaria e laminação a quente e a frio. Este é um bom nicho para fabricantes como a SMS Demag, Siemens VAI, a italiana Danieli e fabricantes japoneses, pois requer alta tecnologia", diz Araujo.

O que os chineses abocanharam foi o mercado nacional de equipamentos para a área de aciaria (alto-forno para o processo de redução do minério para transformá-lo em gusa), coqueria e sinterização (insumo para ser colocado dentro do alto-forno). Devido ao preço baixo cobrado pelos asiáticos, as siderúrgicas brasileiras hoje optam por adquirir alto-fornos da China, como aconteceu com o grupo Gerdau na Açominas.

A siderúrgica da ThyssenKrupp, por exemplo, em instalação no Rio de Janeiro, com início de operação programado para o primeiro trimestre de 2009, fechou negócio com o grupo de Luxemburgo Paul Wurth para importar um alto-forno. O produto acabou sendo fabricado na subsidiária chinesa da Paul Wurth. Benjamin Steinbruch, da CSN, também é cliente dos chineses. Os equipamentos para a pequena planta de aços longos que está construindo dentro do terreno da usina da CSN em Volta Redonda (RJ), foram encomendados da China.

Araujo, porém, está otimista. Para ele, o investimento no Brasil está firme e mesmo que mude o cenário externo por conta da crise do "subprime" americano, acredita que dificilmente projetos de investimento desse tipo serão engavetados. "São inversões de longo prazo, que vão desaguar em encomendas para nossas empresas."

No caso da Siderúrgica de Vitória, por exemplo, o executivo prevê que os sócios devem dar início a contratações e concorrências para compras de equipamentos até o fim do ano. Agora, está em andamento a disputa entre os fornecedores para obter encomendas da Cosipa, que vai instalar um laminador de tiras a quente. Dessa licitação estão participando até fornecedores japoneses.

Encomendas da Gerdau para adquirir um laminador de chapa grossa, provavelmente na Açominas, também deve acontecer em 2008. "Eles (Gerdau) devem fechar as encomendas antes de abril. A concorrência já está aberta." Outra novidade vem da Usiminas. A usina está planejando ampliar a capacidade de produção em Ipatinga (MG) em 2,2 milhões de toneladas. A direção da siderúrgica já soltou carta-convite para os fornecedores e aguarda as propostas

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