Marco Aurélio Garcia continua na negociação


O assessor para Relações Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, negou, ontem, o fracasso da operação para a libertação de três reféns das Farc, na Colômbia, organizada pelo presidente Hugo Chávez. “Saímos todos frustrados”, disse, referindo-se ao cancelamento da ação de resgate.

O assessor para Relações Iternacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, negou que a operação para a libertação de três reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) tenha sido um fracasso. Disse que a ação será retomada, mas não arriscou falar em prazos.

Quem tem o controle da situação, lamentavelmente, são as Farc - reconheceu.

Garcia disse que o cancelamento da liberação dos reféns causou "uma grande decepção, saímos todos frustrados", mas não relacionou a frustração da missão com a mediação do presidente venezuelano Hugo Chavéz e da ação do presidente colombiano Álvaro Uribe:

Os dois sempre colaboraram para o processo, apenas enfrentamentos verbais houve entre eles.

Segundo o assessor, a retomada da operação deve se dar desde que não haja novas ações por parte das Farc e que a entrega dos reféns seja em uma área desmilitarizada.

Como representante brasileiro, Garcia fez parte da missão humanitária que foi à Colômbia para receber Clara Rojas, de 44 anos, seu filho Emmanuel, de 3, e a ex-deputada Consuelo González, de 57 anos, das Farc. Apesar da missão não ter conseguido a liberação dos reféns, Garcia disse que foi dado um passo importante para a solução do problema, porque "o tema tem reconhecimento da opinião pública na Venezuela, Colômbia e mundial, e não pode ser jogado para debaixo do tapete".

O assessor contou que ainda ontem falaria com o Lula para relatar os últimos acontecimentos na Colômbia e que, durante as negociações, o presidente falou por telefone com Uribe e com Chavéz.

O Itamaraty divulgou nota em que o "governo brasileiro lamenta que as circunstâncias tenham impedido" a libertação dos reféns.

Na segunda-feira, em mensagem lida pelo presidente venezuelano, as Farc afirmaram que as "intensas operações lançadas na região nos impedem, por agora, de entregar os três reféns, como era nosso desejo". No domingo, a guerrilha já havia anunciado a suspensão, "por enquanto", da entrega dos reféns, alegando que o governo colombiano teria intensificado as operações militares em Villavicencio, à 95 km de Bogotá. Este era o local indicado pela guerrilha para a missão receber o aviso sobre o ponto de contato para receber os reféns.

Promessa não-cumprida

O anúncio da guerrilha pôs fim a cinco dias de expectativa sobre a libertação dos três seqüestrados, prometida no dia 18 de dezembro. Naquela data, as Farc anunciaram que entregariam os três como um "ato de desagravo" a Chávez, afastado das mediações da troca dos reféns por guerrilheiros presos.

O ex-presidente argentino Nestor Kirchner e representantes da França, Suíça, Cuba, Equador, Bolívia e Brasil e Cruz Vermelha, que integravam a missão, abandonaram Villavicencio na segunda. Mas anunciaram que retornarão para concluir a operação quando o processo for reaberto.

A missão foi adiada por tempo indeterminado, em meio a acusações das Farc e de Chávez, de que o governo colombiano teria sido responsável pelo fracasso do plano por ter intensificado a repressão aos guerrilheiros na zona de Villavicencio.

Mas o presidente Uribe negou que o Exército de seu país tenha realizado operações ou travado combates que pudessem prejudicar a entrega dos reféns. No entanto, afirmou que a guerrilha jamais teve a intenção de libertar os três seqüestrados.

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