Kassab adia licitação e libera mídia em relógios


Se tem uma coisa que o prefeito de São Paulo adora é dinheiro, vem até mesmo depois do amor pelo Rodrigo Garcia.

A publicidade em 368 dos 502 relógios de rua de São Paulo vai continuar sob a exploração da empresa Policrono até o fim de 2008. Com o aditamento de R$ 3,09 milhões no contrato mantido desde 1998 com a empresa - a única que ainda detém, um ano após a Lei Cidade Limpa entrar em vigor, autorização para comercializar mídia externa na capital -, a gestão Gilberto Kassab (DEM) não vai realizar a licitação do mobiliário urbano neste ano. Algo que o próprio prefeito havia previsto em 2007.

Kassab afirmou, em fevereiro do ano passado, que a concessão de pontos de Mobiliário Urbano para Informação (Mupi) poderia gerar R$ 300 milhões por ano, arrecadação que seria aplicada em um projeto para o soterramento de fios elétricos das principais vias da cidade. Pelo modelo de concessão, a publicidade seria autorizada em 1.280 abrigos de ônibus, nos 502 relógios e em mais de 20 mil lixeiras por um prazo de até 20 anos. A Câmara Municipal autorizou a licitação em setembro, mas um modelo do projeto, com a padronização das futuras placas publicitárias, permanece em estudo na Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) há mais de seis meses.

"Até pela legislação eleitoral, que impede contratações por meio de licitação depois de abril, não conseguiríamos concluir uma concorrência desse porte em três meses", afirmou ontem Regina Monteiro, diretora da Emurb. "O aditamento no contrato com a Policrono vai permitir que os relógios fiquem para a cidade após dezembro de 2008. Se o contrato não fosse renovado, a empresa iria começar a desmontar os relógios por toda a capital já em janeiro."

Com a renovação do contrato que expirou em dezembro, a Prefeitura elevou de R$ 500 para R$ 700 mensais o valor cobrado pela cessão de cada relógio. A Policrono oferece em seu site, por R$ 3.500 mensais, o aluguel do espaço para exposição de marca em cada relógio, que também indica a temperatura.

Apesar de manter a publicidade nos relógios, a Prefeitura não renovou o contrato, concluído em setembro, com a empresa que tinha permissão para anunciar nos abrigos de ônibus.

"A Prefeitura renovou com a Policrono porque quer os relógios e também porque não tem a tecnologia para alterar, via satélite e de forma simultânea, o horário em mais de 300 relógios", disse Luiz Casalini, um dos sócios da Policrono. O empresário declarou que pretende participar da licitação do mobiliário urbano. "Vamos entrar com tudo nessa concorrência, temos excelência na prestação desse serviço na capital há mais de dez anos."

Por enquanto, a Emurb não definiu se a concessão do mobiliário urbano será feita para uma única empresa ou se ela será fatiada - com contratos separados para abrigos, relógios e lixeiras.

CONCURSO

Sem a licitação do mobiliário urbano, a Emurb planeja realizar um concurso nacional para definir as peças publicitárias que serão instaladas durante um período de testes em abrigos de ônibus e lixeiras. A seleção será feita em parceria entre a Prefeitura e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). O tema será "Qual é a Cara de SP?"

"Essas peças podem ter ou não publicidade da iniciativa privada. O importante é valorizar o tema, destacando sempre um retrato da nossa cidade", disse Regina.

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