Agricultura surpreende


Os bons preços internacionais das commodities agrícolas e o superaquecimento da demanda por alimentos em todo o mundo foram os maiores responsáveis pelo desempenho surpreendente da agropecuária brasileira em 2007. A expansão de 5,3% apurada pelo IBGE se sustentou no avanço da produção de itens como milho, soja e cana-de-açúcar — não por acaso as culturas mais valorizadas. Especialistas consultados pelo Correio apostam em resultados ainda mais expressivos neste ano.

A reação do campo deixou para trás de uma vez por todas o fantasma da crise de renda vivido pelos produtores nos anos de 2004 e 2005. Nesse período, quebras de safra, baixas cotações, problemas climáticos e alto endividamento fizeram com que os agricultores amargassem prejuízos que comprometeram o faturamento de 2006 e levaram muitos à falência. “É um momento de recuperação mesmo. Não resta dúvida”, resumiu Maria Gabriela Tonini, analista da Scot Consultoria. Os ventos, no entanto, mudaram.

Embalado por notícias positivas, os produtores aumentaram as apostas, ampliaram a área plantada, voltaram a investir em tecnologia e neste ano devem colher mais e melhor. As previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do próprio IBGE apontam para uma safra recorde de grãos, superior a 139 milhões de toneladas. Como os preços estão nas alturas, tudo leva a crer que os lucros virão. “Ao mesmo tempo em que houve uma melhoria dos preços, subiram também os insumos, o custo de produção aumentou. Não necessariamente haverá ganho de faturamento para o produtor”, adverte Maria Gabriela.

Mesmo com o câmbio fraco, as perspectivas de exportações continuam mantidas. Tradicional motor da balança comercial, o agronegócio deverá repetir feitos históricos em 2008, ampliando as vendas externas como nunca. Para Gabriel Pesciallo, analista da AgRural Consultoria, isso também revela que o pior já passou e que um novo ciclo de prosperidade na agricultura está por vir. “Em 2008 podemos esperar percentuais de crescimento da agropecuária parecidos com os verificados no ano passado”, completou.

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