Governo quer atrair fabricantes estrangeiros para campo de Tupi


Preocupados com a demanda de equipamentos prevista pelos projetos dos megacampos de Tupi e Júpiter, na camada pré-sal da Bacia de Santos, a Petrobras e o BNDES discutem projeto que visa a capacitar fornecedores nacionais e atrair indústrias estrangeiras para produzirem peças no Brasil. Em paralelo, a ANP prepara mudanças nas regras de conteúdo nacional e legislação específica para concessões de áreas na nova província petrolífera.

A indústria brasileira de equipamentos do setor petrolífero terá que investir mais que na média dos últimos anos para atender à demanda prevista com a descoberta dos campos de Tupi e Júpiter, no pré-sal da Bacia de Santos. Diante das preocupações de técnicos do governo e da iniciativa privada, o governo já começa a discutir não só a mudança das regras do conteúdo nacional, como um projeto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para atrair investidores estrangeiros de bens hoje produzidos no exterior.Entidade representativa das companhias privadas que operam no Brasil, o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) discute com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) a mudança dos critérios de cálculo do conteúdo nacional. Ao mesmo tempo, as diretorias da Petrobras e do BNDES formaram grupos de trabalho para tornar mais ágil o processo de financiamento do banco. Embora a maior parte dos executivos assumam um tom moderado nas considerações sobre a qualificação das empresas brasileiras, em off, esses mesmos agentes admitem que Tupi confere uma nova urgência nas discussões em curso com o governo.

Um desses executivos cita problemas que as petroleiras Devon Energy e Anadarko, dos Estados Unidos, encontraram no País para contratar as plataformas com as quais produzem ou vão produzir petróleo no litoral brasileiro. Em 2005, quando cotou o equipamento no mercado nacional, a Devon conseguiu preços 110% superiores aos do mercado internacional. Conclusão: contratou a plataforma, por meio de afretamento, junto à norueguesa Prosafe.

Esse mesmo executivo revela que a mesma solução deverá ser adotada pela Anadarko. Disposta a produzir em 2010 o primeiro óleo no Brasil, no campo de Peregrino, a empresa tem esbarrado não só no mesmo problema, como no mesmo percentual de diferença encontrado pela congênere americana: 110%. Nos dois casos, as plataformas visavam campos cuja produção ocorre ou deverá ocorrer em patamares convencionais de profundidade. No caso do pré-sal, de acordo com o executivo, a tendência é que a diferença de preços entre nacionais e estrangeiros seja maior, diante da complexidade prevista para a nova fronteira tecnológica.

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