Brigadeiro deve entregar cargo na Anac


Isolado na nova diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o brigadeiro Allemander Pereira pode entregar sua renúncia nas próximas semanas ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele tem mandato fixo até março de 2011 e foi o primeiro indicado do governo para integrar a atual equipe da agência, nomeada em substituição ao antigo grupo, comandado pelo engenheiro Milton Zuanazzi, que renunciou com os demais dirigentes no ano passado. Na Anac, embora a diretoria seja um colegiado, o brigadeiro cuida especificamente da área de segurança operacional.

Procurada ontem à noite, a assessoria de imprensa da agência não confirmou o pedido de demissão de Allemander e disse que ele não fez nenhum gesto, por enquanto, nesse sentido. O Valor apurou que o brigadeiro está com sérias dificuldades de relacionamento profissional com os outros quatro diretores - em especial com a presidente da agência, Solange Vieira - e já confidenciou a interlocutores a sua vontade de deixar o cargo. Uma eventual demora para que a renúncia se concretiza pode estar associada à dificuldade da Aeronáutica em encontrar um substituto. Desde a criação da Anac, os militares têm feito questão de manter um representante nma diretoria. O primeiro foi o coronel Jorge Velozo, que também entregou o posto após o acidente com o vôo 3054 da TAM.

Allemander era o número 2 do extinto Departamento de Aviação Civil (DAC) e foi sob sua responsabilidade que o aeroporto de Congonhas chegou a ter mais de 50 movimentos (pousos e decolagens) por hora. Hoje, são 34 operações horárias. Sua provável saída não será a única baixa da agência. O atual superintendente de estudos, pesquisas e capacitação para aviação civil, Alex Romera, será transferido para a nova representação permanente do Brasil na Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), principal entidade mundial do setor.

A representação terá um diplomata de carreira na chefia, que contará com um técnico da Anac e outro da Aeronáutica para assessorá-lo. O economista Paulo Tafner, do Ipea, deverá assumir a superintendência. Romera é um dos pais da Anac, que ajudou a desenhar enquanto esteve no Ministério da Defesa, durante várias gestões. Em 2005, quando trabalhava como assessor especial do Ministério do Turismo, foi cotado para tornar-se o primeiro presidente da agência, mas acabou perdendo a indicação para Zuanazzi.

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