Em maio -cinco meses antes da eleição na qual o prefeito Gilberto Kassab (DEM) tenta se reeleger-, a Prefeitura de São Paulo aumentou de R$ 34,9 milhões para R$ 41,5 milhões a verba destinada para propaganda do governo ao longo de 2008. Foi um aumento de 19%, ou R$ 6,6 milhões. Desse dinheiro, que é administrado pela Secretaria Executiva de Comunicação, até o fim de maio foram utilizados R$ 22,1 milhões -53,2% do total disponível. Na Saúde, por exemplo, até maio foram liquidados apenas 28% dos R$ 3,6 bilhões previstos para o ano todo.
A prefeitura pode remanejar recursos todo mês. Treze secretarias perderam verbas desde janeiro -proporcionalmente, a que mais perdeu foi Habitação, com R$ 50 milhões (6% da verba inicial) a menos. Outras sete pastas ganharam recursos -a que mais ganhou, também proporcionalmente, foi Esportes, Lazer e Recreação, com 21% (R$ 28,9 milhões) a mais. A Secretaria Executiva de Comunicação foi a segunda maior beneficiada.
O levantamento foi feito a partir da execução orçamentária da prefeitura até maio.
Da verba recém-adquirida, R$ 3,7 milhões foram destinados a "publicações de interesse do município". Essa rubrica sustenta, entre outras, despesas com publicidade como campanhas institucionais. Não entram na conta os editais e outras publicações legais. Os outros R$ 2,9 milhões foram para a administração da secretaria.
O prefeito Kassab assinou o decreto do aumento de verbas para comunicação em 8 de maio. Ao todo, o documento remanejou R$ 106 milhões -além dos R$ 6,6 milhões, os R$ 99,5 milhões restantes foram para obras de drenagem e saneamento e canalização de córregos.
O dinheiro foi retirado de programas de habitação, de revitalização do centro e para a realização do Grande Prêmio de Fórmula 1, entre outros projetos. A Prefeitura de São Paulo não informou com exatidão de onde saiu o dinheiro que foi transferido para a Secretaria de Comunicação.
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