O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), buscou dar dimensão nacional ao ato realizado ontem para lançar oficialmente a candidatura do ex-secretário estadual, Marcio Lacerda (PSB), à Prefeitura de Belo Horizonte. Em discurso para uma platéia de militantes dos doze partidos que apóiam o candidato socialista, Aécio defendeu também um amplo entendimento político no país.
"O Brasil acompanha com muita atenção essa inédita construção política em Belo Horizonte", disse o governador tucano, pouco antes de entrar no teatro que abrigou a solenidade de lançamento da aliança "Todos por BH", que reúne 12 legendas (PSB, PT, PMN, PP, PR, PRP, PSL, PSDC, PSC, PPB, PPN, PV). De acordo com Aécio, essa ampla coligação se coloca "acima dos partidos políticos, para que Belo Horizonte avance" com projetos convergentes entre a prefeitura e o governo estadual.
"Num momento em que a política nacional vive tão conflagrada no país" essa aproximação entre PT e PSDB na capital mineira seria, segundo Aécio, um exemplo a ser seguido em âmbito nacional. "Agradeço o PSDB por não ter caído na armadilha do confronto", afirmou Aécio, condenando o "antagonismo e a radicalização política".
O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), que ao lado de Aécio foi o arquiteto da candidatura de Lacerda, também buscou imprimir a dimensão nacional desta aproximação entre tucanos e petistas em Belo Horizonte., em torno da candidatura da chapa encabeçada pelo PSB. "O que estamos presenciando aqui é um ato político de dimensão nacional. Mostramos ser possível a convergência, com parcerias sólidas que deixem de lado o sectarismo e o partidarismo mais rasteiro". Foi um desabafo de Pimentel em relação ao veto imposto pela direção nacional do partido à participação oficial do PSDB na aliança.
Aécio Neves também criticou a decisão do comando petista. "O veto do PT é passado e não tem a menor relevância. Estamos aqui juntos para fazer o melhor por Belo Horizonte". O governador tucano disse que irá participar ativamente da campanha de Lacerda, mas ressaltou que irá cumprir "rigorosamente a lei". Segundo ele, o seu partido vai consultar o Tribunal Regional Eleitoral para saber os limites legais dessa participação.
No lançamento da candidatura de Lacerda, o secretário de Assuntos Institucionais do diretório nacional do PT, Romênio Pereira, esteve presente, assim como os dirigentes e parlamentares dos 12 partidos que integram a aliança. Lacerda, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico do governador Aécio Neves, tem como vice o deputado estadual Roberto Carvalho (PT).
O vereador Arnaldo Godóy (PT), que foi uma das lideranças locais contrárias à aproximação com os tucanos, defendeu ontem a unidade do partido na campanha de Lacerda. "Fizemos crítica ao processo, que foi mal conduzido, mas agora já está definido e é uma decisão partidária". Ligado ao ministro do Desenvolvimento e Combate à Fome, Patrus Ananias, Godoy foi um dos signatários de um manifesto contra a aliança com o PSDB.
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