Fundo off shore movimentou muito dinheiro no exterior


A Polícia Federal abrirá inquérito para investigar os 84 cotistas do Opportunity Fund , mencionado na Operação Satiagraha por suspeita de fazer parte de um esquema de remessa de dinheiro ilegal ao exterior e sonegação de impostos. O fundo segue a resolução 2.689 do Conselho Monetário Nacional (CMN) quedita regras sobre os investidores não residentes. Hoje constam na Comissãode Valores Mobiliários (CVM) 12.293 investidores não-residentes listados dentro da resolução.

De acordo com a Associação Nacional dos bancos de Investimentos (Anbid) o patrimônio dos fundos offshore em maio de 2008 era de R$ 33,98 bilhões, contra R$ 33,46 bilhões registrados em junho de 2007. O Opportunity Fund, criado dentro das regras do Anexo IV da Resolução 1.289 do Conselho Monetário Nacional, editada em de 20 de março de 1987 e cujas regras valeram até 26 de janeiro de 2000, não permitia a participação de residentes brasileiros e isentava do Imposto de Renda os investimentos de estrangeiros no mercado de ações.

Movimentação

Segundo o relatório da Polícia Federal, o Opportunity Fund movimentou cerca de US$ 1,97 bilhão entre outubro de 1992 e junho de 2004, dos quais as autoridades destacam que só foi possível identificar operações referentes a US$ 233 milhões. Na lista dos 84 cotistas do fundo segundo o relatório, a maior parte era formada por investidores com nacionalidade e residência brasileira, incluindo empresas do grupo como o Opportunity Lógica Administração de Recursos e Opportunity Computers Systems. Da lista também constam fundos de investimentos e de previdência ligados à companhias estatais, além de outras empresas com capital nacional, o que é ilegal.

De acordo com relatório da Polícia Federal, o Opportuniy Fund funcionava como um guarda-chuva que agregava 35 classes de subfundos para atender às diversas estratégias de investimento. Os registros dos fundos, bem como as aplicações e resgates e dados dos cotistas eram realizados pelo Banco ABN Amro das Ilhas Cayman. A Opportunity Asset Mangement era administradora do fundos e gestora dos investimentos, responsável pelas aplicações financeiras.

Consta na investigação, porém, que o Opportunity havia criado um novo fundo, Opportunity Unique Fund, nos moldes do Opportunity Fund com a intenção de transferir os ativos do primeiro para esse último. O novo fundo, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, tem como diretor o Oportunity Unique Management, e é gerido pelo Opportunity Professional Investment Manager, e tinha como diretores Dório Ferman, atual diretor do Opportunity Asset Management, e Eduardo Penido.

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