Justiça suíça começa a ouvir banqueiros do caso dos fiscais


A Suíça abriu ontem o que está sendo considerado o maior processo de lavagem de dinheiro do país desde que as leis anticorrupção foram adotadas nos anos 80. Na cidade de Belinzona, o Tribunal Superior suíço começou a ouvir cinco banqueiros acusados de esquema de lavagem de dinheiro e corrupção no Brasil - que teriam colaborado com o desvio de mais de US$ 44 milhões. Entre os clientes desses banqueiros estavam os fiscais do chamado esquema do propinoduto do Rio de Janeiro.

Os banqueiros, que pelas leis suíças não podem ter os nomes divulgados, declararam ser inocentes. Se condenados, pegarão cinco anos de prisão. Para o Ministério Público suíço, os cinco fizeram vista grossa ao esquema montado no Brasil, obtendo benefícios pessoais elevados. Para a acusação, a defesa dos banqueiros não conseguiu provar de onde vinha o dinheiro dos fiscais brasileiros.

Ainda não há data para o anúncio de uma decisão. Em dezembro, a Justiça suíça havia indiciado banqueiros de Zurique do Discount Bank por lavagem de dinheiro no esquema dos fiscais do Rio, caso que envolveu pessoas ligadas ao ex-governador Anthony Garotinho. O dinheiro continua bloqueado em contas na Suíça, mas os banqueiros respondem em liberdade ao processo.

Os advogados dos banqueiros alegaram que os fiscais brasileiros ainda não foram julgados em última instância no Brasil e, portanto, o processo na Suíça seria prematuro. Se os fiscais forem inocentados, não haveria motivo para manter o caso do tribunal suíço. Mas os juízes rejeitaram o argumento dos advogados. No Brasil, os fiscais já foram condenados e cumprem penas que variam entre 14 e 17 anos por lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.

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