A Prefeitura de São Paulo acaba de lançar, a três meses das eleições municipais, a publicação "Olhar São Paulo - Planejamento e Ação", uma prestação de contas da administração Serra/Kassab. Com cem páginas coloridas, a edição tem, segundo a própria introdução, o objetivo de "apresentar as principais ações e programas que traduzem a maneira de atuar dessa administração". O prefeito Gilberto Kassab (DEM) é candidato à reeleição.
Acompanhado por fotos e dividido em capítulos como Infra-estrutura e Educação, o texto traz críticas a administrações passadas e descreve a atual como "calcada na racionalização dos recursos e na busca da melhoria contínua da qualidade de vida dos cidadãos".
A publicação, saída das gráficas em junho, exalta medidas que estão longe de ser um sucesso, como a distribuição de palmtops para agentes do trânsito e o sistema de semáforos inteligentes, ou que nem saíram do papel, como a criação de novas creches graças às PPPs (Parcerias Público-Privadas). O texto também descreve a reforma da biblioteca Mário de Andrade, sem informar que o prédio ainda está fechado.
Segundo a Secretaria de Planejamento, responsável pela edição, são mil exemplares a um custo unitário de R$ 22,77.Segundo o secretário Manuelito Pereira Magalhães, foram distribuídos a escolas e bibliotecas, além de destinados a parlamentares. "Esse é um material técnico", afirmou.
No prefácio que assina, Manuelito afirma que o atual governo tem como "prioridade a eliminação de vícios na administração pública". E conclui que "planejar São Paulo" depende do esforço de "uma sucessão de administrações realmente comprometidas com o futuro da cidade".
A publicação reserva críticas aos antecessores. Afirma, por exemplo, que a saúde "estava numa situação precária".O texto diz que a comunicação dos marronzinhos "foi modernizada, graças à aquisição de 950 palmtops". Anunciados como uma revolução, os aparelhos foram alvo críticas de que atrasavam a transmissão de informações. Eles não chegaram a ser usados, como se previa, para fazer autuações -mas só como um sistema de rádio, semelhante ao celular.
Após questionamentos por conta de sucessivas contratações emergenciais, a CET cancelou a admissão a partir do final de 2007. Os equipamentos continuaram a ser usados pelos fiscais, informalmente, sem contrato e sem reposição. A crise levou a prefeitura a contratar celulares há três meses para substituir os palmtops.
A recuperação dos semáforos inteligentes foi outra bandeira que teve pouco resultado. Em abril, mais de três anos depois do início da gestão Serra/Kassab, menos de 20% da rede estava operando com sua função principal: abrir e fechar dependendo do fluxo.
Já a implantação dos chips em toda a frota paulistana, num projeto em parceria com a gestão Lula, foi marcada pelo atraso. Anunciada por Kassab para começar já em 2007, ela tem hoje a expectativa de começar a sair do papel só em 2009.
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