Aberta a temporada de promessas impossíveis


Com o início do horário eleitoral no rádio e na TV, foi aberta a temporada de promessas impossíveis. O candidato a vereador Cleiton Ferreira (PMDB), que se apresentou como “o homem do IPTU", propôs que o dinheiro do imposto só possa ser gasto onde é arrecadado, o que é inconstitucional. Outros propuseram a emancipação da Pavuna, a volta do monopólio do petróleo, todas fora do âmbito da Câmara dos Vereadores. Hoje começa a campanha eletrônica para prefeito.

O horário eleitoral também contou com a presença de políticos que enfrentam problemas com a Justiça ou a polícia. Entre eles, dois são suspeitos de ligações com milícias. Um é o bombeiro Cristiano Girão (PMN), apontado como chefe de milícias da Gardênia Azul. O outro é o vereador Luiz André Deco (PRB), suspeito de chefiar milícias no Mato Alto, e que foi indicado pela Polícia Civil em inquérito sobre dois homicídios na região. Ele nega.

O ex-governador Anthony Garotinho também apareceu, apresentando a filha Clarissa (PMDB) como sua candidata a vereadora. Garotinho responde a dois processos em ações propostas pelo Ministério Público. Em maio, na operação Segurança Pública S/A, a acusação foi de formação de quadrilha armada. A PF investigava a formação de um esquema na Polícia Civil de lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção, que, na época, levou à prisão do deputado Álvaro Lins, posteriormente cassado.

Na lista de escândalos

Já na Operação Pecado Capital, que investigou desvio por ONGs de R$70 milhões em recursos da Secretaria estadual de Saúde, o ex-governador Garotinho foi denunciado por improbidade administrativa. Na operação, em julho, 12 pessoas foram presas, incluindo o ex-secretário de Saúde Gilson Cantarino. O esquema começou a ser investigado há cerca de dois anos, depois que O GLOBO denunciou que doadores da campanha de Garotinho à Presidência eram ligados a ONGs contratadas pelo governo do estado.

- Minha filha vai lutar por projetos sociais - disse Garotinho, ao lado de Clarissa.

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, cassado após denunciar o esquema do mensalão, apareceu para apresentar os candidatos do partido a vereador. Outro nome envolvido em escândalo e que apareceu no horário político foi o ex-deputado federal João Mendes de Jesus (PRB). Ele tenta retornar à política como vereador, depois de ter seu nome envolvido no escândalo dos sanguessugas, que consistia em fraudes em licitações na área de saúde.

Em 2006, o empresário Luiz Antônio Vedoin acusou o então deputado João Mende de Jesus (na época no PSB) de cobrar propinas de 10% do valor das emendas de sua autoria que fossem executadas por empresas envolvidas no esquema. Uma CPI investigou o caso e propôs a cassação de João Mendes, mas o processo não foi concluído antes do fim do mandato. Sem partido, ele não tentou a reeleição.

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