Oito meses depois de retornar de uma licença, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) vai se ausentar do Senado novamente a partir de setembro. Desta vez, para se dedicar à campanha eleitoral do filho Fernando James (PTB), que disputa a prefeitura do município de Rio Largo, distante 27km de Maceió, onde o parlamentar reside. Como presidente do partido em Alagoas, Collor vai tentar alavancar a campanha do descendente que anda em baixa.
A nova licença do senador vai abrir vaga para sua segunda suplente, Ada Mello (PTB), visto que Euclides Mello (PTB), que ocupa a primeira suplência, é candidato à prefeitura do município alagoano de Marechal Deodoro. Ada deverá ficar no cargo por 90 dias.
Ada Mello é prima e braço direito do ex-presidente. Fiel escudeira, cuida das questões pessoais de Fernando Collor em Alagoas, como agenda e o pagamento de contas. Ligada a entidades religiosas e conhecida como a amiga dos padres, a nova senadora faz papel também de cabo eleitoral de Fernando Collor, cuidando das relações dele com a Igreja Católica no Estado. Discreta e de poucas palavras, a nova senadora não tem história política e nunca foi candidata.
A dedicação à família do senador rendeu a Ada Mello um processo. Em 1992, ela foi indiciada com a ex-primeira-dama Rosane Collor no desvio de recursos da extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA). Na época do escândalo, Rosane presidia a instituição e Ada era uma das principais funcionárias. A Justiça Federal condenou as duas por superfaturamento numa licitação para compra de leite em pó.
Discreta atuação
Desde que assumiu o cargo de senador, em janeiro de 2007, Fernando Collor teve uma atuação discreta e quase imperceptível. Num gabinete distante do plenário e do movimento da Casa, o ex-presidente evitou pronunciamentos, entrevistas e pouco conversou com os colegas senadores. O único tema ao qual realmente se dedicou foi à proposta de emenda constitucional de sua autoria que institui o parlamentarismo. Apesar de ter levantado a bandeira do assunto, suas constantes ausências prejudicam a aceitação do tema, que não empolga os senadores.
A primeira licença de Collor foi pedida em 20 de agosto do ano passado. Para justificar a ausência na época, o senador disse que a agenda do Senado em 2007 não iria avaliar questões do seu interesse, como a reforma política e projetos referentes ao meio ambiente. Desta vez, as explicações serão mais políticas. Sob alegação de “tratar de problemas pessoais”, o ex-presidente da República vai fazer campanha e tentar fortalecer o seu partido em Alagoas. Tudo de olho em 2010.
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