O pedido de reforço de tropas federais para o Rio foi formalizado ontem junto à Presidência da República. O contingente será enviado a 20 áreas do Estado consideradas sensíveis em levantamento do TRE. A data de chegada depende do Ministério da Defesa.
Lista leva TSE a oficializar pedido de tropas federais
A Justiça Eleitoral formalizou, ontem, pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para envio das Forças Armadas a cerca de 20 áreas do Rio de Janeiro. O Exército, em coalizão com as polícias federal e estadual, vai atuar com o objetivo de garantir a regularidade do processo eleitoral. O cálculo inicial do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro é de que pelo menos um milhão de eleitores vivam nas áreas consideradas sensíveis.
A data do envio das tropas e o contingente que será mobilizado depende agora de avaliação do Ministério da Defesa. Pelo menos outras seis regiões estão na mira da Justiça e podem vir a contar com a presença do Exército também.
O mapeamento das áreas mais críticas controladas por grupos milicianos e narcotraficantes que estariam sofrendo restrições e ameaças eleitorais, feito pelo TRE-RJ em conjunto com as forças policiais do estado do Rio de Janeiro e Polícia Federal, foi entregue pelo presidente do tribunal, desembargador Roberto Wider, ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, ontem mesmo. Após reunião com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, onde foi discutido alguns dos procedimentos que serão necessários para o envio das tropas, Britto abriu a sessão administrativa do TSE, no início da noite, confirmando aos colegas de tribunal o encaminhamento do ofício de requerimento das tropas ao presidente Lula.
Também presente ao TSE, Roberto Wider não quis detalhar quais regiões constavam no relatório final. O desembargador alegou que não desejava fornecer aos criminosos aviso para que eles não pudessem se "prevenir", mas adiantou que, além de algumas favelas da capital fluminense, constam no relatório áreas das cidades de Caxias, Nilópolis e Nova Iguaçu.
- São áreas mais do que conhecidas comentou Wider. É um tratamento cuidadoso no sentido de garantir a regularidade dos trabalhos eleitorais, tranqüilizando o eleitor e candidatos.
Apesar de não saber precisar quando exatamente as tropas poderão estar no Rio de Janeiro, Ayres Britto afirmou que o estabelecimento de contatos com autoridades do Rio de Janeiro e do Ministério da Defesa antes mesmo do requerimento formal das tropas diminuiu o tempo necessário para a fase de preparação necessária agora.
- Nos contatos que mantivemos com o governador Cabral, ele pediu o envio da força o quanto antes, com a maior rapidez possível lembrou o presidente do TSE, observando que somente nos últimos dias Cabral o procurou quatro vezes. Claro que isso influencia nosso subjetivismo e certamente os planos que estão sendo traçados pelo Ministro Jobim. Não deve demorar porque nós já estávamos conversando com o ministro há pelo menos 12 dias, falando da possibilidade do envio das tropas. Mas o processo afunilou e todos os atos preparatórios foram consumados.
Segundo Ayres Britto, a coordenação operacional fica sob o comando das Forças Armadas. Já o comando jurídico da operação será responsabilidade do juiz do TRE-RJ, Luiz Márcio Pereira. Ainda não há previsão de quanto a operação como um todo custará aos cofres públicos, mas Britto lembrou que todas as despesas devem, a princípio, ser bancadas pelo TSE. O presidente do TRE-RJ, Roberto Wider, confirmou que, se necessário, as tropas permanecerão no Rio de Janeiro também no segundo turno das eleições municipais.
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