Ex-mulher denuncia negócios escusos de Newtão


O divórcio do ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, o Newtão, e a deputada federal Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG) revelou a fortuna bilionária construída pelo político mineiro, segundo reportagem da revista "Veja" desta semana. Depois de denunciar o ex-marido por agressão física, após briga por ele ter sido visto com uma amante em Londres, a deputada briga na Justiça para ficar com metade do patrimônio de Newtão, que, segundo ela, chegaria a cerca de R$3 bilhões.

O processo de separação litigiosa tramita em sigilo na Justiça de Brasília. A ação descreve detalhadamente os bens que o ex-governador acumulou antes e durante os 30 anos de união. Segundo a reportagem, Maria Lúcia diz que Newtão é dono de cem fazendas, 16 empresas no Brasil, seis sediadas em paraísos fiscais, uma praia na Bahia, aviões, dezenas de carros e vários imóveis, alguns deles em Nova York e Paris. O ex-governador também seria proprietário de um hotel três-estrelas na capital francesa, o Résidence des Halles, localizado próximo ao Museu do Louvre, além de uma conta bancária na Suíça.

Segundo o depoimento da deputada colhido pela revista, o patrimônio é estimado entre R$2,5 bilhões e R$3 bilhões. O valor é 200 vezes maior do que o declarado à Justiça Eleitoral há dois anos. De acordo com "Veja", o recurso mais usado pelo ex-governador para ocultar a fortuna é a criação de holdings empresarias para atribuir às subsidiárias delas a posse dos bens. O pagamento pela venda do jornal "Hoje em Dia" à Igreja Universal do Reino de Deus, em 1995, teria sido recebido em uma conta bancária aberta na cidade de Fribourg, na Suíça. Segundo a deputada, Newtão teria recebido a outra parte do pagamento em dinheiro vivo das mãos dos bispo Edir Macedo, fundador da Universal.

Ex-governador diz que denúncias foram forjadas

Maria Lúcia também afirma que o casamento foi celebrado com a comunhão parcial de bens, versão contestada por Newtão, que alega ter assinado o compromisso com o regime de separação de bens. Ambos apresentaram documentos que comprovariam suas versões. A 3ª Vara de Família de Brasília condenou o ex-governador a dar R$103 mil por mês à ex-mulher, mas Maria Lúcia recorreu e quer, segundo a revista, receber um valor cinco vezes maior.

Em resposta à reportagem, Newton Cardoso soltou uma nota ontem, na qual alega a "fragilidade da minha ex-esposa por conta de problemas de saúde e dos distúrbios psicológicos que isso acarreta" para acusar a revista de ter forjado "uma história sem veracidade ou consistências".

O ex-governador alega que sua declaração de bens foi entregue à Receita Federal de acordo com as legislação tributária vigente no país: "Ao contrário do que a revista acusa, quando assumi a prefeitura de Contagem em 1973, já era um homem rico e um empresário bem-sucedido. Prova disso é que vivíamos uma ditadura no Brasil e naquela época somente quem se destacava na sociedade ascendia ao poder. E eu era um destaque como empresário", afirmou o ex-governador, na nota divulgada ontem.

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