Protógenes diz que encontrou documentos "nocivos ao País"


O delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, afirmou ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara que, durante a Operação Satiagraha, comandada por ele, foram encontrados documentos nas dependências da multinacional Kroll, obtidos por meio de espionagem, "nocivos à autoridades brasileiras e ao país".


Protógenes afirmou, em resposta a uma pergunta do relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), que a Kroll possuía documentos contra empresas com interesses contrários aos do banqueiro do Daniel Dantas e ao grupo Opportunity.

"A Justiça americana solicitou que a Kroll apresentasse todos os dados de espionagem contra a BrasilTelecom. A empresa apresentou mais de 250 caixas contendo documentos que eram nocivos ao país", disse Protógenes. "Dados de espionagens que tratavam da transposição do Rio São Francisco, privatização da Petrobras e da Vale do Rio Doce", acrescentou o delegado.

Os documentos eram uma tentativa de cooptação de várias autoridades, inclusive, com o pagamento de suborno a integrantes do Congresso, acrescentou. Ele afirmou também que a Satiagraha não realizou interceptações ilegais.

Protegido por um habeas corpus preventivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal, Protógenes se absteve de responder aos questionamentos sobre a participação de servidores da Agência Brasileira de inteligência (Abin) na Satiagraha, a utilização de senhas do Sistema Guardião e também em relação aos equipamentos utilizados na operação.

Em nota divulgada ontem, a Kroll nega veementemente as declarações emitidas sobre a empresa por Protógenes. "Mais uma vez a Kroll reafirma que nunca utilizou nenhum método indevido, inclusive escutas telefônicas ou acesso a escutas telefônicas ilegais, na condução de seus projetos no Brasil e nos mais de 25 países em que está estabelecida. A Kroll continuará se defendendo vigorosamente contra estas alegações falsas", diz a nota.

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