O Banco Mercedes-Benz tem contribuído decisivamente para que a montadora Mercedes-Benz mantenha, nesses tempos de crise, sua posição no mercado brasileiro, no qual é líder isolada com 41,59% de participação no segmento de ônibus e está na segunda colocação no ranking de caminhões, com fatia de 28,13%, conforme dados da Fenabrave referentes ao acumulado de 2009 até abril. Até setembro do ano passado, quando a crise se aprofundou no Brasil, a participação da instituição financeira nas vendas totais da montadora era de 20%. Hoje está próxima do dobro, em 39%, após chegar a 45,6% em dezembro.
José Francisco Ribeiro, diretor comercial e de marketing do Banco Mercedes-Benz, explica que, em momentos de crise, com escassez de recursos e, em consequência, do crédito, é fundamental ações conjuntas da instituição financeira com a montadora e a rede de concessionárias para fortalecer os negócios. "A comunicação com a fábrica foi intensificada." Nesse sentido, o banco criou em parceria com a montadora diversas campanhas e promoções, com taxas de juros e prazos diferenciados do mercado para o seu portfólio de produtos, e, juntos, estreitaram o relacionamento com os revendedores da marca. A instituição também criou divisões específicas de negócios e desenvolveu projetos de treinamento dos revendedores, com o objetivo atrair e fidelizar clientes.
As estratégias não resultaram apenas no aumento da participação do banco nas vendas da fabricante alemã de veículos mas também na elevação do volume de novos negócios e da carteira de crédito da instituição. No primeiro quadrimestre de 2009, cujos números ainda não estão totalmente contabilizados, o banco registrou cerca de R$ 940 milhões em concessões, expansão próxima de 42% comparativamente a igual período do ano passado. "Estamos crescendo em todos os segmentos, apesar de o mercado estar mais fraco."
Com esse desempenho, a carteira de crédito já está perto dos R$ 5,2 bilhões projetados para o ano cheio de 2009 - deverá encerrar abril em torno de R$ 5 bilhões, uma evolução de 32% ante o primeiro quadrimestre do ano passado. Em 2008, o estoque do banco atingiu R$ 4,58 bilhões. Apesar do forte crescimento neste início de ano, Ribeiro prefere manter as expectativas para 2009. A inadimplência, assim como em todo o sistema, subiu no Banco Mercedes-Benz, de 1,58% sobre o total da carteira em 2008 para um pouco acima de 2% este ano, nas operações com atraso acima de 60 dias. O executivo afirma, no entanto, que ela está sob controle e que a instituição trabalha para que fique abaixo de 2%.
Está dentro das metas para 2009 a participação média em torno de 40% no total das vendas da montadora. Em março, dos 4.242 veículos vendidos pela Mercedes-Benz, o banco respondeu por 1.653 unidades, ficando com 50,4% do total das vendas de ônibus, 40,1% em caminhões, 25,9% em vans (Sprinter) e 24,1% do total de automóveis vendidos. Ribeiro observa que no primeiro quadrimestre do ano passado o banco respondeu por 18,6% das vendas de ônibus produzidos pela Mercedes-Benz, ante 41% em igual período deste ano; em caminhões a fatia passou de 18,4% para 38%; em vans, de 11,3% para 29,2%; e em automóveis pulou de 6,2% para 22% este ano.
O executivo ressalta que uma certa tranquilidade do banco na captação de funding contribui para os bons resultados. Cerca de 75% dos novos financiamentos da instituição estão vinculados a repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), e o Mercedes-Benz não tem encontrado problemas na obtenção de recursos. "O BNDES tem sido um dos grandes responsáveis pela manutenção do desenvolvimento econômico." O Finame responde por mais de 60% da carteira da instituição.
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