Ao longo de 27 anos como vereador, deputado estadual e prefeito duas vezes de Santa Cruz do Sul (RS), o deputado federal e relator do caso Edmar Moreira no Conselho de Ética, Sérgio Moraes (PTB-RS), vem sendo alvo de investigações. Foi absolvido das acusações de prática de lenocínio (crime contra os costumes), receptação de joias roubadas e favorecimento de prostituição, além de crimes de responsabilidade como prefeito. Em 2004, quando era vereador, foi condenado a pagar R$ 3.500 por agredir e ferir o vereador e jornalista Irton Marx. No Supremo Tribunal Federal, onde tem foro privilegiado por ser parlamentar, tramitaram quatro inquéritos e quatro ações penais.
Das quatro ações, Moraes foi absolvido em duas.
Duas estão prontas para serem julgadas. A primeira trata da contratação ilegal de 75 servidores, sem concurso, quando era prefeito. Outra ação se refere à denúncia de que Moraes, quando prefeito, teria instalado um telefone público na casa do pai. O fato teria ocorrido entre maio e outubro de 1997, em Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul. As contas eram pagas pela prefeitura, diz a ação relatada pelo ministro Eros Grau, com pedido de condenação da Procuradoria Geral da República (PGR).
Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, houve comprovação de que o telefone foi utilizado para ligações particulares, inclusive para outros países.
Mas o deputado disse que respondia só ao processo sobre contratação irregular de servidores: — O orelhão foi instalado na mercearia, e o dinheiro era reembolsado à prefeitura. Em 1997, meu pai nem morava mais lá — disse Moraes ao site G1.
Segundo reportagem da revista “Veja” do ano passado, em 1987 Moraes e sua mulher, Kelly, foram denunciados por lenocínio, favorecimento de prostituição e receptação de joias roubadas. O casal seria proprietário da Boate Strattus 86 e manteria uma casa onde, segundo a denúncia, moravam garotas de programa, inclusive menores. À época, ele foi expulso do PMDB e quase teve o mandato de vereador cassado. Em 1990, o casal foi condenado em primeira instância a três anos e seis meses de prisão por favorecimento de prostituição. Sete anos depois, a sentença foi cancelada. Moraes foi procurado ontem, mas não atendeu às chamadas.
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