Alexandre Padilha é o novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, em substituição a José Múcio Monteiro que foi indicado, ontem, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Tribunal de Contas da União (TCU). Por enquanto, ele assume como interino até a aprovação de José Múcio em sabatina no Senado Federal. Múcio sai de férias a partir de hoje e, assim que for aprovado pelos senadores, reassume o cargo, é oficialmente exonerado, deixando o caminho livre para a efetivação de Padilha.
A substituição foi anunciada ontem pelo porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach. Paulista, formado pela Unicamp, recém-completados 38 anos, ele é médico infectologista e militante do PT desde a juventude. Sua nomeação representa a retomada do cargo de articulação política do governo pelo PT.
Um petista com bom trânsito no governo recorda do futuro ministro nos tempos da Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo.
Como sempre costuma dizer, "é petista desde que se entende por gente". Sempre transitou com desenvoltura no antigo campo majoritário do partido, atual facção Construindo um Novo Brasil. Segundo integrantes do partido ouvidos pelo Valor, a influência de Padilha ultrapassou os limites do núcleo dirigente do partido. "Eu já tive oportunidade de presenciar reuniões dele com governadores e prefeitos e fui testemunha da desenvoltura com que exerce suas funções", confirmou o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).
Como integrante da juventude petista, faz campanha para Lula desde a primeira eleição presidencial de 1989. Nesta época aproximou-se do atual chefe de gabinete pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com o qual mantém estreitas ligações até hoje. Tem boas relações com todos os dirigentes petistas, mas tem ligação mais estreita com o deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Apesar da intensa militância petista, ele só entrou no governo em 2004, para atuar no Ministério da Saúde. Integrava um grupo que prestava consultorias para as prefeituras do PT em diversos municípios. Morou um tempo em Santarém (PA), onde assessorou a prefeita petista Maria do Carmo. Em 2005, foi nomeado para chefiar o departamento de saúde indígena da Funasa, durante a crise da morte dos bebês indígenas de Dourados (MS).
Um ano depois, Padilha chegava ao núcleo de poder do Palácio, pelas mãos do então chefe da subsecretária de assuntos federativos, Vicente Trevas, que o conhecia dos tempos em que ambos militavam em São Paulo. Foi nomeado secretário-executivo da Pasta e passou a acompanhar de perto as negociações com Estados e municípios. Em 2008, quando Trevas deixou o governo, Padilha assumiu seu cargo.
Pelas características do cargo, aproximou-se ainda mais do presidente Lula e da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. Padilha não tinha qualquer tipo de relação com ela antes do governo.
Desde que passou a despachar no Planalto, Padilha já viu passarem pelo cargo que agora assume quatro ministros: Jaques Wagner - que deixou a Pasta para concorrer ao governo da Bahia; Tarso Genro (que terminou o primeiro mandato, ajudou na concepção do governo de coalizão e foi exonerado para assumir o Ministério da Justiça); Walfrido dos Mares Guia, do PTB, que era ministro do Turismo e pediu exoneração após ser indiciado pelo Ministério Público acusado de envolvimento no escândalo do mensalão mineiro; e, finalmente, Múcio, que foi indicado para o TCU. Antes de ele chegar, o cargo já havia sido ocupado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB).
Padilha não era a primeira opção para a vaga de Múcio, da mesma forma que o atual ministro não era a primeira opção do governo para a vaga no TCU. Aberta depois da aposentadoria de Marcos Vilaça, em junho, a primeira opção de Lula para a vaga era a atual secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Braço direito de Dilma, responsável por destravar as relações do governo com o Tribunal, Erenice estava com a indicação assegurada. Mas veio a doença da ministra, a necessidade de se ausentar para os tratamentos de quimioterapia e radioterapia e Lula resolveu alterar os planos, temendo um "travamento" da Casa Civil.
Apoiado pelos parlamentares da base aliada, Múcio começou a fazer campanha para o cargo e a ideia ganhou força no núcleo palaciano do governo. Tanto que o próprio presidente passou a entender que precisava encontrar uma solução para o impasse, embora tenha mantido a nomeação do petebista em suspense por praticamente três meses. As dificuldades maiores eram encontrar um substituto para Múcio.
Os deputados começaram a fazer seus lobbies, sugerindo os nomes do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN); do líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP) e do ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (SP). Após a absolvição de Palocci no STF, o ex-ministro também passou a ser cotado. Lula achava os três primeiros nomes inexperientes e o último, sem perfil para o posto. Acabou optando por uma solução caseira.
A substituição foi anunciada ontem pelo porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach. Paulista, formado pela Unicamp, recém-completados 38 anos, ele é médico infectologista e militante do PT desde a juventude. Sua nomeação representa a retomada do cargo de articulação política do governo pelo PT.
Um petista com bom trânsito no governo recorda do futuro ministro nos tempos da Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo.
Como sempre costuma dizer, "é petista desde que se entende por gente". Sempre transitou com desenvoltura no antigo campo majoritário do partido, atual facção Construindo um Novo Brasil. Segundo integrantes do partido ouvidos pelo Valor, a influência de Padilha ultrapassou os limites do núcleo dirigente do partido. "Eu já tive oportunidade de presenciar reuniões dele com governadores e prefeitos e fui testemunha da desenvoltura com que exerce suas funções", confirmou o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).
Como integrante da juventude petista, faz campanha para Lula desde a primeira eleição presidencial de 1989. Nesta época aproximou-se do atual chefe de gabinete pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com o qual mantém estreitas ligações até hoje. Tem boas relações com todos os dirigentes petistas, mas tem ligação mais estreita com o deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Apesar da intensa militância petista, ele só entrou no governo em 2004, para atuar no Ministério da Saúde. Integrava um grupo que prestava consultorias para as prefeituras do PT em diversos municípios. Morou um tempo em Santarém (PA), onde assessorou a prefeita petista Maria do Carmo. Em 2005, foi nomeado para chefiar o departamento de saúde indígena da Funasa, durante a crise da morte dos bebês indígenas de Dourados (MS).
Um ano depois, Padilha chegava ao núcleo de poder do Palácio, pelas mãos do então chefe da subsecretária de assuntos federativos, Vicente Trevas, que o conhecia dos tempos em que ambos militavam em São Paulo. Foi nomeado secretário-executivo da Pasta e passou a acompanhar de perto as negociações com Estados e municípios. Em 2008, quando Trevas deixou o governo, Padilha assumiu seu cargo.
Pelas características do cargo, aproximou-se ainda mais do presidente Lula e da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. Padilha não tinha qualquer tipo de relação com ela antes do governo.
Desde que passou a despachar no Planalto, Padilha já viu passarem pelo cargo que agora assume quatro ministros: Jaques Wagner - que deixou a Pasta para concorrer ao governo da Bahia; Tarso Genro (que terminou o primeiro mandato, ajudou na concepção do governo de coalizão e foi exonerado para assumir o Ministério da Justiça); Walfrido dos Mares Guia, do PTB, que era ministro do Turismo e pediu exoneração após ser indiciado pelo Ministério Público acusado de envolvimento no escândalo do mensalão mineiro; e, finalmente, Múcio, que foi indicado para o TCU. Antes de ele chegar, o cargo já havia sido ocupado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB).
Padilha não era a primeira opção para a vaga de Múcio, da mesma forma que o atual ministro não era a primeira opção do governo para a vaga no TCU. Aberta depois da aposentadoria de Marcos Vilaça, em junho, a primeira opção de Lula para a vaga era a atual secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Braço direito de Dilma, responsável por destravar as relações do governo com o Tribunal, Erenice estava com a indicação assegurada. Mas veio a doença da ministra, a necessidade de se ausentar para os tratamentos de quimioterapia e radioterapia e Lula resolveu alterar os planos, temendo um "travamento" da Casa Civil.
Apoiado pelos parlamentares da base aliada, Múcio começou a fazer campanha para o cargo e a ideia ganhou força no núcleo palaciano do governo. Tanto que o próprio presidente passou a entender que precisava encontrar uma solução para o impasse, embora tenha mantido a nomeação do petebista em suspense por praticamente três meses. As dificuldades maiores eram encontrar um substituto para Múcio.
Os deputados começaram a fazer seus lobbies, sugerindo os nomes do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN); do líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP) e do ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (SP). Após a absolvição de Palocci no STF, o ex-ministro também passou a ser cotado. Lula achava os três primeiros nomes inexperientes e o último, sem perfil para o posto. Acabou optando por uma solução caseira.
O Padilha é super competnte e merece a indicação, parabéns a ele.
ResponderExcluirRoberto
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