Brasil e EUA convocarão reunião para conseguir mais ajuda ao Haiti

Brasil e Estados Unidos concordaram nesta quarta-feira, 13, com a convocação de uma nova conferência dos países doadores ao Haiti para extrair mais um compromisso de remessa de recursos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou que propôs o encontro a Barack Obama, durante uma conversa telefônica travada no final da tarde, e que obteve o aval do presidente americano. Pouco antes, em uma cerimônia no Itamaraty, Lula lamentara a "desgraça" ocorrida no Haiti.

"Aquele povo não merecia mais uma desgraça na vida dele", afirmou. Segundo o presidente, Obama conversará sobre a nova reunião dos países doadores na quinta-feira, 14, com o ex-presidente americano Bill Clinton, enviado especial das Nações Unidas para o Haiti. Em seguida, o chanceler Celso Amorim deverá tratar do assunto com a secretária de Estado, Hillary Clinton. Lula deixou claro que, se for preciso, conversará novamente com Obama sobre a iniciativa.

Em abril de 2009, os cerca de 20 países e as instituições internacionais que compõem o grupo de doadores para o Haiti prometeram a remessa de US$ 324 milhões. Nesta quarta, o governo brasileiro adiantou que fará uma doação de US$ 15 milhões. "Acho que haverá compreensão do povo brasileiro e do Congresso Nacional de que, nessa hora, temos de colocar a mão no bolso para ajudar o povo do Haiti", justificou o presidente.

Questionado sobre as dificuldades para canalizar uma nova ajuda financeira ao país devastado pelo terremoto, Lula argumentou que o Haiti não recebeu, no passado, todos os recursos que necessitava da comunidade internacional. "É o país mais pobre do mundo. Portanto, acho que todos nós temos de colocar como prioridade a ajuda ao Haiti", sustentou. "Nossa disposição é fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar."

Lula reconheceu, entretanto, que a desorganização no Haiti é "perceptível" nas imagens transmitidas pela televisão e que os haitianos estão "totalmente desorientados" - fatos que dificultam a remessa de recursos e de bens. Ele mesmo informou que não conseguira falar por telefone com o presidente do Haiti, René Préval, devido aos problemas de comunicação no país. Porém, mostrou-se otimista com a possibilidade de o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e as autoridades civis e militares que embarcaram a Porto Príncipe traçarem com o governo haitiano um quadro sobre as necessidades do país e a melhor forma de supri-las.

Por enquanto, o governo decidiu-se pelo envio de um navio da Marinha munido de equipamentos para a produção de água potável e de hospitais de campanha. Nesta quinta, deverá decolar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), carregado de medicamentos e de 14 toneladas de mantimentos, que também levará ao Haiti 50 bombeiros e cães farejadores.

"Penso que, agora, nós vamos trabalhar com mais precisão", afirmou. "Não tem nada pior que mandar um tipo de ajuda de que eles (os haitianos) não estão precisando. Neste momento, temos de trabalhar obedecendo as orientações dos dirigentes do Haiti. Eles é que vão dizer o que querem."

A partir do relato de Jobim, Lula deverá decidir se antecipa ou não a visita ao Haiti, inicialmente programada para o final de fevereiro como parte de um roteiro pelo México, Cuba, República Dominicana e El Salvador.

Serviço

O Itamaraty informou que as consultas ao Núcleo de Assistência a Brasileiros podem ser feitas pelo telefone (61) 8197-2284 até as 8h da quinta-feira, 13. Depois desse horário, haverá atendimento nos telefones (61) 3411-8803/ 8805/ 8808/ 8817/ 9718.

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