O reality show que é uma tortura

É uma mistura de Big Brother com No Limite. Em busca de um prêmio polpudo, as pessoas ficam dias confinadas sob o monitoramento de um computador. Mas é o de melhor performance física quem derruba o adversário e continua na briga. Nada de romance ou regalias como banho de piscina, bebedeira em festas glamourosas ou passeio pela orla do Rio. Só leva R$ 50 mil em barras de ouro para casa o que melhor conviver sozinho, em um quarto sem camas, sem banho e sem janelas para ver a luz do dia. A rotina de tortura estreia hoje, às 22 horas, no SBT, no reality show Solitários.

Denis Salles, que já coordenou os programas Astros, Ídolos e O Grande Perdedor, todos no SBT, é quem organiza a adaptação. Com o objetivo de ultrapassar A Fazenda, da Record, ele escalou nove estereótipos nada habituais para o confinamento. No time das mulheres, uma modelo homossexual criada num colégio de freira, uma dançarina de pole dance que apanhava do marido e uma ex-moradora de rua. No elenco masculino, há um professor de educação física abandonado pelo pai ainda bebê. “Quanto mais perfis diferentes colocamos, mais podemos ser surpreendidos”, explica Salles.

As semelhanças com a escolha dos participantes do BBB, segundo ele, são pura coincidência. No programa da Globo, que estreia amanhã, J.B. de Oliveira, o Boninho, escalou uma lésbica, uma drag queen e um jovem emo.

No cubículo

O regime em Solitários é quase militar. Os participantes só se sentam, deitam no chão ou usam o banheiro com a autorização do computador, nomeado de Val - mesmo nome usado nas exibições do reality nos Estados Unidos e na Alemanha. Salles escreve o que a máquina deve dizer e uma locutora faz a comunicação com os enclausurados. No cardápio, nada de doces ou pratos de requinte. “Não será um atendimento de hotel cinco estrelas. Será servido arroz e feijão.”

A cada atração, os jogadores enfrentam duas provas: uma de imunidade e uma de eliminação. Em nenhuma delas, os competidores sabem do resultado do outro. “O cara pode ficar horas de pé, numa cama de espeto, sem saber se o adversário desistiu ou não”, pincela Salles. Uma das atividades que vai tirar um candidato da fogueira da eliminação será a ‘prova das camisetas’. Quem colocar 58 peças de diferentes tamanhos em menos tempo ganha imunidade - os duelos de eliminação geralmente serão de resistência e os de imunidade, de estratégia.

Para evitar possíveis problemas no cubículo do SBT, a produção disponibiliza atendimento médico completo: uma ambulância 24 horas e um psicólogo. Segundo Salles, durante a primeira temporada da atração, gravada no final de 2009, ninguém ‘surtou’ ou fez uso dos recursos. “É diferente do quarto branco do Big Brother. Eles estão lá por livre e espontânea vontade”, frisa Salles.

Quem quiser abandonar a disputa, só precisa pressionar um botão vermelho, instalado em cada um dos quartos. Já para conversar com Val, deve apertar o botão verde. Na primeira edição, o mais resistente ficou 20 dias preso e, claro, sem tomar banho.

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