O PP planeja ultrapassar o número de deputados do DEM em 2010 e quintuplicar o número de senadores da legenda - atualmente, o partido conta com apenas um representante na Casa, o senador Francisco Dornelles (RJ), cujo mandato encerra-se em 2014. Na Câmara, o PP contabiliza 42 deputados, mas a expectativa é que eleja entre 55 e 60 - o DEM tem 56. A projeção baseia-se no apoio do partido à candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. "Deputado federal tem a mesma mentalidade de vereador: não consegue se afastar de quem tem a caneta", resumiu uma liderança partidária.
Dos 27 diretórios estaduais, 20 querem estar no palanque da petista, embora, oficialmente, a legenda ainda não tenha decidido coligar-se ao PT. As únicas resistências a uma aliança formal com Dilma concentram-se no Sul do país - Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina -; em parte do Sudeste - São Paulo e Minas Gerais -; e em parte do Centro-Oeste - Goiás e Mato Grosso.
Além da ampliação do número de deputados, os pepistas estão animados com as chances de êxito eleitoral para o Senado. O PP dá como praticamente certas as eleições de Ivo Cassol (RO) - que enfrenta um processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) -, Ricardo Barros (PR) e Esperidião Amim (SC). O partido ainda negocia mais um nome forte a senador na chapa de reeleição do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
Dentre os Estados onde existem dificuldades para uma aliança com Dilma Rousseff, em pelo menos três a situação é irreversível: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. No Rio Grande do Sul, a tradição gaúcha torna inviável uma parceria do PP com o PT de Tarso Genro. Em Minas, a legenda segue fielmente as orientações do governador Aécio Neves (PSDB), sobrinho do presidente do partido, Francisco Dornelles. Em São Paulo, o partido apoia-se na força política do ex-governador Paulo Maluf para planejar um caminho independente.
Tanto no Paraná quanto em Santa Catarina, as disputas estaduais definirão a aliança nacional. O deputado Ricardo Barros (PP-PR), vice-líder do governo na Câmara, concorda em fazer parte de uma chapa tendo Osmar Dias (PDT) como candidato ao governo estadual e Gleisi Hoffman (PT) para a outra vaga do Senado. Mas se o atual governador, Roberto Requião (PMDB), insistir em concorrer ao Senado, Barros poderá migrar para uma coligação com o PSDB de Beto Richa (prefeito de Curitiba).
Em Santa Catarina, a situação é inversa: caso o atual governador, Luiz Henrique, apoie José Serra na disputa presidencial, Esperidião Amin poderá ficar ao lado de Dilma para contrapor-se aos tucanos locais. Goiás apresenta, na opinião de dirigentes do PP, a situação mais complicada. O PT pretende apoiar o atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB) para o governo, o que deixaria o governador Alcides Rodrigues (PP) sem liberdade para apoiar Dilma. Mas Alcides rompeu politicamente com o senador Marconi Perillo (PSDB), o que também dificulta uma aliança com José Serra. Em Mato Grosso, o partido pode lançar o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, ao governo estadual.Valor
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