Prefeitinho pilantra

Um dia após os paulistanos voltarem a enfrentar ruas e túneis alagados, queda de muro e deslizamentos de terra, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) culpou o “excesso de água” como responsável por parar São Paulo pela quinta vez em um mês. “O que aconteceu ontem foi chuva, foi água”, disse Kassab em entrevista à Rádio Eldorado na manhã de ontem.

Kassab negou que o lixo tenha contribuído para os alagamentos e mudou o discurso com relação à capacidade da capital para as chuvas - há quatro meses ele havia declarado que a cidade estava “preparada para (enfrentar) as chuvas”. Ontem, mudou o tom. “(A cidade) está se preparando, está investindo e vai continuar investindo”, disse.

Pela primeira vez, ele assumiu que há deficiências no combate às enchentes. “Ontem (segunda-feira), como sabíamos com antecedência da chuva, foi feita uma limpeza adicional na cidade. Não havia lixo. Muito pouco lixo.” Segundo Kassab, restos de materiais encontrados nas ruas após a enchente teriam sido levados pelos próprios alagamentos. Em 8 de setembro, a cidade ficou alagada. No dia seguinte, Kassab afirmou que a capital estava “preparada”.

Kassab salientou a preocupação com o alagamento de quase um mês no Jardim Romano, na zona leste, e disse que as ações tomadas para amenizar os problemas, como retirar e transferir as famílias para conjuntos habitacionais foram uma “resposta rápida”.

Impacto zero

As enchentes que vêm atingindo a capital não têm relação com as obras de ampliação da Marginal do Tietê. A afirmação é do governador José Serra (PSDB). Ele disse ontem que o impacto é “zero”.

“As obras compensatórias criam até vantagem, como o plantio de árvores”, disse. O projeto prevê a construção de uma terceira pista, entre a expressa e a local, ao longo dos 24,5 quilômetros da via. As obras começaram em junho. Em 9 de setembro, o Tietê transbordou e alagou a marginal, o que não acontecia desde 2005. Cristiane Bomfim e Renato Machado

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