Estrangeiro aplica US$ 5 bi em ações

Os investimentos de estrangeiros em ações de empresas no Brasil atingiram o patamar recorde de US$ 5,023 bilhões nos primeiros três meses do ano. Somando-se as aplicações em papéis de companhias brasileiras no exterior (DR), o trimestre acumulou US$ 5,27 bilhões. No mês de abril, até ontem, houve a entrada de mais US$ 2,69 bilhões, segundo dados preliminares do Banco Central. Já as aplicações de estrangeiros em renda fixa foram de US$ 5,038 bilhões.

A previsão da autoridade monetária é que os ingressos líquidos cheguem ao patamar recorde de US$ 35 bilhões até o fim do ano, sendo US$ 22 bilhões para ações e US$ 13 bilhões em títulos de renda fixa.

Ainda de acordo com o BC, o fluxo cambial nas instituições financeiras estava negativo em US$ 934 milhões em abril, até o dia 19. O câmbio comercial tinha saldo negativo de US$ 2,105 bilhões. As exportações tinham contratos no valor de US$ 5,742 bilhões, enquanto as importações apontavam para US$ 7,847 bilhões. No câmbio financeiro, os ingressos somavam US$ 12,535 bilhões, enquanto as remessas eram de US$ 11,364 bilhões, com saldo positivo de US$ 1,171 bilhão.

Conforme análise de Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO, mesmo com o fluxo negativo, o BC retirou adicionalmente do mercado de câmbio à vista com os seus leilões US$ 2,299 bilhões. Isso levou os bancos a posição vendida de US$ 2,851 bilhões, contra uma posição comprada de US$ 453 milhões no fim de março.

"A autoridade monetária está utilizando o preço da moeda americana como 'um elemento a mais' na estratégia de contenção inflacionária, ao qual poderá agregar uma elevação na Selic e, provável, um aumento de depósito compulsório", diz Nehme. "Essa é uma postura clara e indicativa de que deseja uma taxa de dólar depreciada, e isto só faz sentido quando a autoridade pretende fazer do dólar instrumento estratégico de contenção inflacionária."

Ele não acredita, no entanto, que o preço da moeda americana tenha condições de ser depreciada "a ponto de romper de forma sustentável o piso de R$ 1,75, já que há muitas incertezas no cenário internacional e perspectivas não tão benignas este ano como o ano passado para os fluxos cambiais para o país".Valor Econômico

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